Saiba como as lavanderias fazem para contornar a seca
Além de cortes no fornecimento, alguns estabelecimentos registram queda na demanda, por causa da preocupação dos consumidores
O baixo nível das represas que abastecem a cidade de São Paulo e os cortes no fornecimento estão levando muitas lavanderias da capital a buscarem saídas para continuarem funcionando apesar da falta de água. Além de reduzirem o consumo do dia a dia, os estabelecimentos estão recorrendo a alternativas como a contratação de caminhões-pipa e o uso de poços artesianos.
A Lavanderia Royal, localizada na região de Perdizes, tem registrado falta de água a cada duas ou três semanas, afirma o proprietário, Ricardo Françoso. Quando isto acontece, os funcionários separam e lavam as peças que são mais urgentes, e o restante fica para o dia seguinte, quando a água geralmente volta.
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“O problema é que isso acaba atrasando as entregas. Uma vez contratamos um caminhão-pipa para evitar que acontecesse, mas o custo é muito alto, não podemos usar este recurso sempre. Agora estamos avaliando a compra de mais uma caixa d’água, mas como o imóvel é alugado ainda não sabemos se vale a pena”, explica Françoso.
Já a Lavanderia Hiroshima, localizada na Vila Olímpia, está conseguindo driblar a crise hídrica graças a um poço artesiano, que abastece o estabelecimento nos dias em que as torneiras secam. “Já tínhamos o poço antes da falta de chuvas, e agora está compensando mais do que nunca. O movimento aumentou e estamos dando conta”, diz a atendente Beatriz da Silva.
A Lavanderia Nova Paulistana, por sua vez, ainda não registrou problemas de falta de água desde que a crise se agravou em São Paulo. Porém, o local está registrando uma diminuição na demanda por lavagem de alguns itens menos essenciais. “A frequência com que as pessoas estão mandando lavar peças como tapetes e cortinas caiu um pouco. Acredito que elas estão mais conscientes e procurando economizar água em coisas secundárias”, opina a funcionária Viviane Sacari.