PUBLICIDADE

Lava-rápidos inovam para tentar sobreviver à falta de água

Empresários do setor recorrem a estratégias variadas, como sistemas de reuso, poços artesianos e até lavagem a seco

31 out 2014 - 08h00
Compartilhar
Exibir comentários
A rede de franquias AcquaZero, que trabalha com lavagem de automóveis a seco, está registrando um aumento de 40% na demanda por conta da falta de água em São Paulo
A rede de franquias AcquaZero, que trabalha com lavagem de automóveis a seco, está registrando um aumento de 40% na demanda por conta da falta de água em São Paulo
Foto: Divulgação

Os lava-rápidos estão entre os negócios que mais sofrem com a falta de água no estado de São Paulo. Se, por um lado, falta o recurso básico para limpar os automóveis, por outro, os clientes estão mais conscientes e evitam serviços que usam grandes quantidades de água. Diante desta realidade, os empresários do setor estão recorrendo a diferentes estratégias para sobreviver, como sistemas de reuso, poços artesianos e até lavagem a seco.

Vários estabelecimentos estão procurando o sindicato que representa as empresas do ramo para desativar os seus cadastros, afirma Maria de Lourdes Brígida, secretária do Sindicato das Empresas de Serviço de Conservação de Veículos, Lava-Rápido e Similares do Estado de São Paulo (Sescove). “Não temos um levantamento sobre os motivos do desligamento, mas é um movimento bastante anormal para esta época do ano, que é quando os lava-rápidos mais faturam”, diz ela.

Casal fatura mais de US$ 2 milhões com imóveis em Miami

Para as pequenas empresas, as Olimpíadas já começaram

Visionário, Disney transformou universo infantil em negócio

Os negócios mais afetados são os ilegais, pois legalmente os lava-rápidos são obrigados a trabalhar com reuso de água, afirma Maria de Lourdes. Porém, mesmo os estabelecimentos que contam com sistemas de reutilização do recurso natural estão passando por problemas. É o caso de Antônio Pereira Caetano, gerente do lava-rápido Special Limp, localizado no bairro do Sumaré, na Zona Oeste de São Paulo.

“Temos um sistema de reuso de água que reaproveita 70% dos recursos que utilizamos. Também contamos com poços artesianos. Porém, as pessoas estão procurando menos nossos serviços. Quem vinha lavar toda semana agora aparece a cada 15 dias. No geral, nosso movimento caiu cerca de 20%”, revela.

Por outro lado, a rede de lava-rápidos AcquaZero, que trabalha com lavagem a seco, está registrando, desde o agravamento da crise hídrica em São Paulo, um aumento de procura de 40%. Já o número de interessados em abrir uma franquia da marca também saltou mais de 30% no período.

“Muitos lava-rápidos convencionais estão fechando, seja por falta de água, seja por falta de clientes. Porém, nosso sistema de lavagem é visto com bons olhos. Ele usa cerca de 300 ml de água, enquanto um lava-rápido comum gasta de 300 a 900 litros”, esclarece Marcos Mendes, diretor da rede de franquias.

A migração para a lavagem a seco, no entanto, não é garantia de sucesso para o empresário do setor. É o que mostra a história de Leandro Giorgi, proprietário do lava-rápido Get In Garage, localizado no bairro de Pirituba, na Zona Norte da capital paulista.

“Adotamos a lavagem a seco há cerca de dois meses. Porém, as pessoas daqui acham que não limpa igual, que pode riscar o carro, além de ser um pouco mais caro. Nosso movimento caiu pela metade desde que fizemos a mudança e não temos como voltar atrás, pois temos medo que falte água. Teria de voltar a chover”, lamenta Giorgi.

Fonte: PrimaPagina
Compartilhar
Publicidade
Publicidade