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Francês aposta em mercado de celulares usados no Brasil

Empresário espera vender 15 mil unidades de seminovos, num modelo semelhante ao do setor de veículos

2 jun 2015 - 07h00
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É velho lugar-comum afirmar que brasileiro é apaixonado por automóvel – afinal, há 1 carro para cada 4 habitantes. Mas o que dizer, então, dos celulares? O país tem mais linha de telefone móvel (280,7 milhões) do que gente (202 milhões). Foi de olho nessa mania que um francês resolveu trazer para cá uma tendência consagrada no mercado automotivo: a venda de usados. O economista Amaury Bertaud, fundador da Recomércio, prevê negociar 15 mil unidades neste ano.

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O segmento está razoavelmente consolidado nos Estados Unidos e na Europa. “É algo que surgiu há cerca de seis anos na Europa, mas hoje representa entre 15% e 20% do mercado. Se trouxermos esta proporção para cá, são 10 milhões de celulares, o que é muita coisa”, declara.

A Recomérdio tenta trazer ao país a cultura de compra e venda de aparelhos usados, já presente nos Estados Unidos e na Europa
A Recomérdio tenta trazer ao país a cultura de compra e venda de aparelhos usados, já presente nos Estados Unidos e na Europa
Foto: Maxx-Studio / Shutterstock

Bertaud trabalhava em um fundo de investimento para fomentar pequenos negócios na França, mas abandonou o emprego e mudou-se para o Brasil com a família, apostando em celulares seminovos. Desembarcou em setembro de 2013 e passou alguns meses fazendo aulas de português e aprimorando seu modelo de negócios. No início de 2014, lançou a Recomércio, e desde então busca criar um nicho para sua empresa. “As pessoas ainda desconfiam muito, temem comprar um aparelho que não esteja em bom estado.”

O empresário diz que os telefones passam por testes de qualidade. Os clientes interessados em vender acessam o site e preenchem um questionário informando o modelo e o estado do produto. Na sequência, recebem uma estimativa de valor, e caso concordem em fazer negócio podem enviar o aparelho para análise, sem custos.

“Cada celular passa por 15 etapas de checagem pela nossa equipe, que identifica todos os problemas e avalia se eles podem ser resolvidos. Caso a realidade não coincida com o que foi informado pelo vendedor, nós fazemos uma contraproposta. Se ele não aceitar, o aparelho é devolvido”, afirma.

Os celulares comprados pela Recomércio são revendidos com garantia de três meses. A expectativa, segundo Bertaud, é chegar ao padrão oferecido nos Estados Unidos e Europa (seis meses).

“Este momento de crise é favorável para o mercado de seminovos. Muitas vezes o consumidor que estava pensando em economizar comprando um aparelho novo mais simples agora também tem a opção de gastar o mesmo valor e levar um usado mais equipado.” Exatamente como ocorre com automóveis.

Fonte: PrimaPagina
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