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Obra milenar, A Arte da Guerra dá lições de empreendedorismo

Escrito pelo general chinês Sun Tzu há mais de 2500 anos, livro de estratégia militar se tornou um guia para executivos e empresários

14 ago 2015 - 07h00
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Se pudesse viajar 25 séculos no futuro, o general, estrategista e filósofo chinês Sun Tzu provavelmente ficaria surpreso ao ver homens de terno e gravata, sentados dentro de um jatinho, lendo e relendo “A Arte da Guerra” para se preparar para uma reunião especialmente difícil. O livro de 513 a.C. nunca deixou de ser referência no meio militar. Mas há décadas continua sendo um dos mais lidos e mais influentes do mundo dos negócios.

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A obra foi escrita em 13 capítulos concisos e diretos, com dicas preciosas para qualquer exército sair vitorioso de uma batalha. Ao longo da história, existiram outras dezenas de livros deste estilo, mas nenhum se mostrou tão popular, primeiro no Oriente e, muito tempo depois, no Ocidente. Desde que foi traduzido para o francês, em 1772, ele se tornou leitura de cabeceira de comandantes tão diferentes quanto o francês Napoleão Bonaparte, o britânico Everard Calthrop e o americano Douglas MacArthur. A novidade, em décadas mais recentes, é o uso da obra como base para comparar os ambientes militar e empresarial.

“A Arte da Guerra é um clássico, e como tal pode ser lido sob diversas perspectivas”, diz o administrador Leonardo Secchi, professor da Universidade do Estado de Santa Catarina. “Pode-se fazer a metáfora da guerra para o ambiente de mercado competitivo, dentro do qual a empresa precisa ter conhecimento de três elementos essenciais”. Nesta comparação, o exército seria a própria empresa, o inimigo seriam os competidores, e o terreno seriam o mercado, os fornecedores e os acionistas.

Semelhanças entre os ambientes militar e corporativo transformaram o clássico de Sun Tzu em um best-seller no meio empresarial
Semelhanças entre os ambientes militar e corporativo transformaram o clássico de Sun Tzu em um best-seller no meio empresarial
Foto: Elnur / Shutterstock

A obra contém lições que podem ser extrapoladas para o ambiente corporativo:

Conheça a si e ao concorrente – Uma das máximas mais famosas de Sun Tzu afirma: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas”.

Reconheça sua inferioridade – Diante de um concorrente mais tradicional ou mais poderoso, não ataque de maneira frontal nem mostre seus trunfos abertamente. Prefira agir de surpresa.

Aja com firmeza – A cautela é válida, até que chega o momento certo de agir. Neste caso, seja para um lançamento de produto ou a abertura de uma filial, o importante é ser decidido.

Valorize a criatividade – O general chinês diz que a força de um exército não depende de seu tamanho. Agir de maneira inovadora, com criatividade, é sempre mais valioso.

Mantenha a equipe motivada – Não há estratégia bem pensada e capacidade de inovação que funcione se o time está disperso, desmotivado ou com problemas graves de hierarquia.

O professor Secchi alerta, no entanto, que não é possível pautar toda a política da empresa em uma única obra. “Como toda metáfora, a da guerra possui limitações. Uma delas é o desenho organizacional: empresas modernas, intensivas em conhecimento, buscam desenhos mais horizontais, de autonomia gerencial, de criatividade e desenvolvimento holístico dos funcionários”, afirma.

“Outra limitação é relativa ao ambiente externo competitivo”, continua Secchi. “Nos dias atuais as empresas buscam estabelecer relacionamentos cooperativos e de longo prazo com clientes, fornecedores e até competidores, no sentido de posicionar-se estrategicamente no mercado e entregar produtos e serviços mais úteis à sociedade”, conclui o professor. 

Fonte: PrimaPagina
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