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Petroleira de Eike deve R$ 10 mil a fornecedor de cafezinho

2 nov 2013 - 09h34
(atualizado às 09h34)
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<p>Aluguel da sede da OGX no centro do Rio de Janeiro n&atilde;o foi pago</p>
Aluguel da sede da OGX no centro do Rio de Janeiro não foi pago
Foto: Sérgio Moraes / Reuters

A petroleira OGX, que protocolou pedido de recuperação judicial na última quarta-feira, deve cerca de R$ 11,2 bilhões a credores que vão desde o fornecedor de café para os escritórios, que tem cerca de R$ 10 mil a receber, até a estatal Petrobras, com R$ 37 milhões, e investidores estrangeiros que detém a maior parte da dívida em títulos, segundo informou neste sábado o jornal O Estado de S. Paulo.

O "calote" da empresa de Eike Batista também afeta empresas de aluguel de automóveis (R$ 6 mil), fornecedor de material de escritório (R$ 4 mil) e a administradora do edifício onde está a sede do Grupo EBX, no Centro do Rio de Janeiro, que cobra R$ 757 mil atrasados. A dívida já vencida com a Petrobras soma R$ 37 milhões e a Caixa Econômica Federal tem R$ 121 mil a receber. Caso seja aceito o pedido de recuperação, a OGX terá 60 dias para apresentar um plano, que deve ser aprovado pelos credores.

Crise na OGX

O empresário Eike Batista entrou nesta quarta-feira com pedido de recuperação judicial de sua petroleira, a OGX. Considerada pelo próprio Eike como um de seus projetos “a prova de idiotas”, a companhia agora vai ganhar uma “trégua” de até 180 dias para se mostrar capaz de resolver os problemas ou terá que decretar falência.

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Com o anúncio do não pagamento das parcelas de juros remuneratórios no valor aproximado de US$ 45 milhões no final de setembro, a saída para a OGX passou a ser a recuperação judicial. O pedido deveria ser realizado até o último dia do mês de outubro.

Com o anúncio do calote no pagamento dos juros, as ações da petroleira passaram o mês de outubro sendo negociadas pelos menores valores desde que passaram a fazer parte da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Nesta quarta, as ações da empresa caíram mais 26,09% e fecharam a R$ 0,17 - 99,26% menos que a cotação máxima que os papéis já atingiram (R$ 23,28).

Em setembro, quando o fim da empresa já parecia iminente, o empresário ainda se recusava a assumir a culpa pelo fracasso da OGX. Em entrevista ao The Wall Street Journal, ele afirmou que foi enganado por seus ex-executivos, o qual costumava a chamar de "Dream Team" (time dos sonhos), e disse ainda que seu mapa astral não o favorecia durante o anúncio de que a OGX não conseguiria produzir o que havia prometido e que até mesmo seus investidores o abandonaram muito rápido. Apesar da crise, dono do grupo EBX disse que voltará a ganhar dinheiro com suas empresas.

Recuperação judicial

Eike não admitiu que tinha conhecimento que seus campos não teriam a produção anunciada na prospecção de investidores de 2008 a 2010 – de cerca de 40 mil barris por dia – e afirmou que foi enganado pelos executivos, que apresentaram relatórios de progresso nas operações a fim de que ele os pagasse bônus. Segundo ele, por ser dono de uma grande empresa ele não tinha o conhecimento técnico para analisar o que era repassado a ele nos relatórios.

Otimista, o empresário reiterou que suas empresas eram realmente "à prova de idiotas", pois conseguiu vender o controle acionário de diversas delas, mesmo em um momento de "mercado louco".

Vantagens da recuperação judicial

A vantagem da recuperação judicial é que ela faz com que todos os processos de execução contra a empresa fiquem parados pelo prazo legal de seis meses e que a mesma continue produzindo e, nesse período, tente se reerguer.

De acordo com informações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), as operações da OGX continuam mesmo com a iminente recuperação judicial.  “O pedido de recuperação judicial só culmina na resolução dos contratos quando houver inadimplemento absoluto do concessionário nos termos da cláusula”.

A queda da OGX deve levar para baixou outras empresas “irmãs” do grupo EBX. Pelo menos a A construtora de navios OSX, muito dependente das demandas geradas pelas plataformas da OGX, deve sofrer em conjunto após o pedido de recuperação judicial da petroleira.

A queda da OGX deve levar para baixou outras empresas “irmãs” do grupo EBX. Pelo menos a A construtora de navios OSX, muito dependente das demandas geradas pelas plataformas da OGX, deve sofrer em conjunto após o pedido de recuperação judicial da petroleira.

Fonte: Terra
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