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Energia produzida com queima de capim começa a ganhar força

3 out 2012 - 12h24
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Há até pouco tempo, o capim-elefante (planta de origem africana, introduzida no Brasil por volta de 1920), servia apenas para a alimentação do gado. Seu potencial de produção de energia, duas vezes superior ao da cana de açúcar, era ignorado. Não é mais. Luiz Felipe D'Ávila, Ana Maria Diniz (filha do empresário Abílio Diniz) e Paulo Puterman são os três sócios da Sykué Bionergya, a primeira usina termelétrica do Brasil a produzir eletricidade a partir da queima do capim-elefante.

Capim-elefante, original da África, tem potencial de produção de energia 2 vezes maior que o da cana de açúcar
Capim-elefante, original da África, tem potencial de produção de energia 2 vezes maior que o da cana de açúcar
Foto: Getty Images

Localizada na pequena cidade baiana de São Desidério, a cerca de mil quilômetros de Salvador, a usina entrou em operação em 2010, ainda com uma produção tímida, que deve ganhar força a partir de 2014, quando outras três fábricas do grupo estiverem prontas. O projeto deve consumir cerca de R$ 140 milhões de investimento em cinco anos com retorno garantido: a Sykué Bionergya tem contratos fechados para abastecer várias regiões do país (a energia produzia será entregue à Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia, a Coelba, e, em seguida, comercializada). Parte da produção será destinada para o Grupo Pão de Açúcar.

Pesquisadores do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) examinam as particularidades do capim-elefante há mais de 15 anos. O potencial energético da planta impressionou os estudiosos. Além de crescer muito rapidamente, o capim-elefante tolera solos mais pobres em nutrientes do que espécies já usadas como fontes de energia, como a cana de açúcar e o eucalipto, e gera uma quantidade maior de biomassa, o material que se transforma em energia.

Na comparação com a cana de açúcar e com o eucalipto, o capim-elefante se mostra poderoso. Cada hectare plantado gera, em média, 40 toneladas de biomassa seca que viram energia. Na cana de açúcar, esse número cai para 20 toneladas e no eucalitpto para 15. Apesar de todas as vantagens e do inquestionável potencial do capim-elefante, Carlos Eduardo Taparelli, CEO da Sykué Bionergya, tem os pés no chão.

Taparelli conversou com o Terra e preferiu ser mais comedido em seus diagnósticos. Para ele, antes de pensar nos lucros, há um imenso desafio pela frente. "O capim- elefante ainda demandará muita pesquisa até atingir níveis satisfatórios de produtividade e aproveitamento para geração de energia. Além disso, novos equipamentos deverão ser desenvolvidos para adaptar à realidade de uso desta biomassa", afirma Taparelli.

Economídia

Especial para o Terra

Fonte: Terra
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