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Empresas alugam espaço para guardar o que não cabe em casa

27 nov 2012 - 09h57
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Quem já teve de ir de repente para um imóvel menor, mudar de país, fazer uma reforma demorada ou simplesmente lidar com a falta de espaço em casa, sabe muito bem: não é fácil achar um lugar para guardar móveis ou objetos pessoais quando mais se precisa.

O conceito de self storage surgiu nos Estados Unidos, na década de 1970, e foi introduzido no Brasil em 1993, mas só agora começará a ser mais bem divulgado, com a criação da Associação Paulista de Self Storage
O conceito de self storage surgiu nos Estados Unidos, na década de 1970, e foi introduzido no Brasil em 1993, mas só agora começará a ser mais bem divulgado, com a criação da Associação Paulista de Self Storage
Foto: Shutterstock

Para resolver esse problema, empresas agora oferecem no Brasil um serviço que já existe há muito tempo em países como Estados Unidos e Inglaterra. É o self storage, uma forma privativa de guardar o que não cabe em casa.

Essas companhias alugam boxes de tamanhos variados em armazéns espalhados pela cidade. Quem contrata o serviço é cadastrado para poder entrar no local e é o único que tem acesso ao seu contêiner, no qual pode guardar o que quiser. A pessoa ganha o seu próprio cadeado e pode entrar e sair do armazém a qualquer hora. Há boxes de vários tamanhos e preços. Uma empresa se self storage de São Paulo cobra R$ 150 por mês pela caixa de 1 m² e R$ 3.500 pela de 100 m².

"Entre o menor e o maior, há 30 tamanhos com preços diferentes", explica Márcio Martins, gerente da Kipit, empresa paulistana pioneira no ramo no Brasil. A companhia foi fundada em 1993 pelo empresário já falecido Eduardo Belotti. Ele conheceu o self storage quando viajava pelos Estados Unidos e decidiu oferecer o serviço em seu próprio país.

Nos boxes é possível guardar móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, objetos de praia, enfeites de natal, bicicletas, documentos e qualquer outro objeto que não seja perecível, tóxico ou inflamável. E a necessidade pode aparecer quando menos se espera.

Foi o que aconteceu com o empresário Marcelo Assumpção, de 54 anos, que mora em São Paulo. Com a mudança de uma das filhas para a Inglaterra e a volta da outra filha para casa, junto com o marido, Assumpção se viu rodeado de móveis e eletrônicos que não cabiam em sua casa.

"Eu já conhecia o serviço e rapidamente aluguei um espaço para abrigar o excesso de móveis e outro objetos. Pago R$ 250 por mês e já alugo há dois anos. Mantenho a rotatividade de alguns objetos conforme a necessidade de uso", explica o empresário.

Assumpção diz estar satisfeito com o serviço. Segundo ele, o armazém da empresa em que aluga o box, a Minidocks, está sempre limpo e arejado: "O chão brilha. É tudo muito clean. Talvez uma poeira ou outra que não danifica os objetos, já que os mais sensíveis estão embalados em caixas e plásticos bolha".

Apesar de ser um ramo relativamente novo, o self storage está se expandindo. As empresas do setor já contam com uma entidade representativa, a Associação Paulista de Self Storage (Aspass), ligada ao Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), e segundo o presidente da associação, Flávio Del Soldato Jr., existem hoje 50 companhias que oferecem serviços de self storage em São Paulo. E ele acredita que a tendência é que esse número cresça, principalmente agora, com a presença de uma associação, que vai ajudar a regulamentar, normatizar e divulgar o serviço. "Só minha empresa, a Inbox, oferece no total 424 boxes. São 400 mil m² de área disponível para guardar os mais variados objetos", conta Soldato.

O backup das empresas

Empresas também procuram os serviços de self storage. Segundo Márcio Martins, da Kipit, é comum que os boxes sirvam para guardar arquivo morto e estoque de materiais como copos, guardanapos e outras coisas que podem ocupar um espaço precioso.

"Muitas empresas têm uma sala cheia de documentos que só precisam ficar armazenados. É mais negócio alugar um espaço e usar a sala de uma forma que ajude a empresa a crescer, como uma área para novos funcionários. Mas também é possível desocupar e devolver, já que o aluguel de salas comerciais é barato", explica Martins.

Segurança

Flávio Del Soldato Jr., presidente da Aspass, conta que a segurança é feita basicamente pelo monitoramento por TV de todos os corredores. "Uma empresa monitora 24 horas o local, além de alarmes e ronda", explica Soldato.

Não é comum ter a presença de seguranças no local, já que podem ser coagidos por bandidos. Isso levou as empresas de "Self Storage" a implantar um sistema eletrônico de entrada, com senha, fornecida apenas ao locatário.

O empresário Marcelo Assumpção diz que a empresa oferece uma apólice de seguro para os objetos guardados, mas recomenda: "Os boxes não são lugares para guardar coisas de valor, como joias".

Transporte

A responsabilidade pelo transporte dos objetos é do inquilino, mas as empresas podem recomendar parceiros para cuidar disso. Nesse caso profissionais embalam os objetos, cuidam do deslocamento e até oferecem consultoria para indicar o tamanho ideal do box a ser alugado.

Pagamento

O pagamento do aluguel é feito por boleto e a renovação é anual e automática, basta pagar a mensalidade subsequente. Caso não tenha mais interesse em alugar o box, o contrato é cancelado sem nenhum tipo de custo."É só não pagar o boleto do próximo mês e ir retirar as coisas. Caso passe, por exemplo, dez dias do mês que não pagou, será cobrado o aluguel proporcional", explica o presidente da Aspass.

Os aluguéis sofrem reajustes, assim como qualquer outro. Algumas empresas sobem os preços em janeiro, com base em critérios próprios. Outras se pautam pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que rege o reajuste do aluguel de imóveis.

Fonte: PrimaPagina
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