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Neutralize o funcionário fofoqueiro e use-o a seu favor

Se bem administrada, difusão de boatos pode contribuir para uma comunicação mais eficiente com os empregados

15 ago 2014 - 08h01
(atualizado às 10h40)
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 Comportamentos inadequados, como o dos fofoqueiros, revelam uma disfunção de todo o ambiente de trabalho e é preciso combatê-lo
Comportamentos inadequados, como o dos fofoqueiros, revelam uma disfunção de todo o ambiente de trabalho e é preciso combatê-lo
Foto: Sharpshutter / Shutterstock

Uma pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) com 6.945 estagiários em todo o país mostrou o que muita gente já sente na pele no dia a dia das empresas: para a maior parte dos entrevistados (27,43%), o funcionário fofoqueiro é aquele que mais tumultua o ambiente de trabalho. A boa notícia é que, ao identificar quem espalha boatos, um líder pode não só neutralizar ou diminuir o impacto negativo que ele causa, como usar esse difusor de informações a seu favor.

“Geralmente o fofoqueiro é aquele que fala mal dos outros, mas não é capaz de avaliar e reconhecer seu posicionamento, equívocos e erros, e quando alguém o alerta sobre isso, fica bravo. Demonstra alto nível de intolerância, arrogância e preconceitos, e está desconectado dos objetivos da empresa”, define o coach executivo e de equipe Marco Fabossi, sócio-diretor da Crescimentum, empresa especializada em desenvolvimento de líderes e pessoas. Esse tipo de comportamento pode causar grandes prejuízos para um negócio. “Em empresas onde o clima organizacional não é satisfatório, falta confiança, as relações não são boas, os níveis de motivação e engajamento diminuem e, consequentemente, os resultados ficam comprometidos”, afirma Fabossi. 

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Os danos, porém, podem ser minimizados, ou até evitados, se a liderança da empresa adotar uma postura ativa para impedir que boatos prejudiquem outros funcionários ou a própria organização. “A melhor forma de evitar ou minimizar este tipo de situação é sendo mais rápido do que ela, praticando uma comunicação direta, pró-ativa, séria, eficaz, verdadeira e sem rodeios, afinal, o líder é o principal meio de comunicação da empresa”, orienta Fabossi. Apesar de mensagens por e-mail, intranet, mural e folders ajudarem na comunicação da empresa, é importante que a liderança transmita “em primeira mão” as notícias por meio de uma pessoa em quem os funcionários confiam.

O potencial destrutivo de um fofoqueiro pode até ser revertido a favor da empresa se a difusão de boatos for bem administrada pela liderança. “A fofoca existe em qualquer organização e é impossível extingui-la. Portanto, se você não pode vencê-la, tente usá-la a seu favor”, recomenda Fabossi. Segundo ele, as intenções de quem conta ou passa adiante uma fofoca nem sempre são as piores. “A ‘rádio-corredor’, em geral, conta com formadores de opinião, pessoas que têm influência sobre as outras e que normalmente são seus principais interlocutores. Assim sendo, procure identificá-los e dedique especial atenção em fazer com que a informação correta chegue até eles”, aconselha o coach executivo. Daí em diante, deixe que os “transmissores” da “rádio-corredor” se encarreguem de fazer o trabalho.

Outros perfis problemáticos

Além do fofoqueiro, a pesquisa do Nube elencou os outros perfis mais problemáticos no ambiente de trabalho: 27% dos entrevistados elegeram o “enrolador”; 23%, o “ranzinza”; 13%, o “pavão” (quem gosta de ser o foco das atenções e apenas comentar seus bons resultados); e 9%, o “bajulador”. Todos esses traços de personalidade comprometem a dinâmica coletiva em uma empresa.

“O clima organizacional faz toda a diferença. Quando há uma maçã podre no círculo de convivência, todos os integrantes de uma equipe acabam contaminados”, analisa a coordenadora de treinamento e desenvolvimento do Nube, Yolanda Brandão. 

Mas, assim como acontece com o fofoqueiro, também há maneiras de neutralizar outros perfis problemáticos. A melhor maneira de acabar com a influência do bajulador e do pavão é ignorá-los. “Basta ser justo e coerente em sua liderança, dando a devida atenção às pessoas, de maneira equânime”, aconselha Fabossi. Já o mal-humorado geralmente quer ser reconhecido pelo seu trabalho, mas não confia nos outros e evita expor sua vulnerabilidade. Aproxime-se dele, conheça sua história, respeite-o e tente não tratá-lo com mau humor. “Quando perceber que conquistou certo nível de confiança, tente falar com ele sobre seu comportamento, e ofereça ajuda. Se ele não quiser, não insista, mas deixe o canal aberto caso surja um interesse futuro”, completa Fabossi.

Todas essas atitudes pontuais ajudam a melhorar o ambiente de trabalho, mas também é preciso se preocupar com outras coisas. Segundo a coach e instrutora em programação neurolinguística Sueli Volpiano, o clima organizacional positivo em uma empresa é resultado de inúmeros fatores: a qualidade da comunicação escrita e verbal, a definição de estruturas e processos, a abertura e assertividade nas relações interpessoais, entre outros. 

Sueli alerta que os comportamentos inadequados afloram por causa de disfunções do próprio ambiente de trabalho, e não, necessariamente, por causa de características inatas das pessoas. Segundo ela, essas atitudes atendem a alguma necessidade do grupo, e o líder precisa identificá-la. A coach aconselha o empreendedor a manter uma política de comunicação aberta e um relacionamento transparente com todos os envolvidos no negócio, inclusive com seus clientes e fornecedores.

Fonte: PrimaPagina
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