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Falta de informação aumenta golpes de boletos falsos

Entidades suspeitas ou inexistentes conseguem acesso a dados e enviam carnês de cobrança para novos empresários

30 jul 2014 - 08h01
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Associações inexistentes ou que agem de má fé aproveitam a falta de conhecimento de novos micros e pequenos empresários para lhes enviar boletos de cobrança cujos pagamentos, na verdade, não são obrigatórios
Associações inexistentes ou que agem de má fé aproveitam a falta de conhecimento de novos micros e pequenos empresários para lhes enviar boletos de cobrança cujos pagamentos, na verdade, não são obrigatórios
Foto: Robert Kneschke/Shutterstock

Muitos micros e pequenos empreendedores já se depararam com a situação. Logo após abrirem suas empresas, são bombardeados com boletos de cobrança de diversas associações. Os mais desesperados, com medo de acabarem com uma dívida, acabam pagando. Pois saiba que você está sendo enganado, e não precisa pagar nada.

“Esse tipo de prática existe há no mínimo 20 anos, mas ganhou uma amplitude ainda maior nos últimos anos”, diz Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). “Eu não sei como eles têm acesso aos dados. Basta abrir uma empresa e imediatamente a pessoa começa a receber boletos que podem lhe causar prejuízos”, complementa Sebastião Luiz Gonçalves, conselheiro do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRC-SP). 

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Gonçalves explica que a tática do golpe é mandar milhares de cobranças para novos empresários e, ainda que poucos paguem, esses poucos serão sempre muitos. “Eles jogam com a lei dos grandes números. Mandam 10 mil boletos e, se 10% pagarem, já ganharam o ano”, explica Solimeo.

Os empresários novatos acabam se desesperando com os prazos apertados para pagar e com os nomes pomposos de muitas das entidades que mandam boletos. Solimeo afirma que, muitas vezes, as organizações que aplicam o golpe usam nomes muito parecidos com os de instituições conhecidas. 

Ele lembra que já se deparou com uma falsa associação cujo nome era muito parecido com a da própria ACSP, que é uma instituição reconhecida e com mais de 100 anos de história. “Os microempresários acabam sendo os mais afetados, pois têm menos acesso a informações”, continua Solimeo. Até por isso, ele recomenda que o empreendedor sempre envie os boletos para um profissional de contabilidade, que está mais alerta para este tipo de prática.

Gonçalves é ainda mais taxativo: “Recomendo a todos os meus clientes que não paguem nada e encaminhem tudo o que receberem para um escritório de contabilidade, que vive o dia a dia da vida contábil e saberá diferenciar o que deve ou não ser pago”. 

Infelizmente, nem todos tomam o devido cuidado, e muita gente acaba pagando o boleto. “Os golpistas sabem da impotência econômica dos pequenos contribuintes e, por isso, os valores não costumam ser muito altos – giram em torno de R$ 300, e isso ainda faz com que não valha a pena reaver o valor na justiça, pois sairia mais caro do que a quantia paga”, afirma Gonçalves. Pelo menos, o fato de se pagar uma vez, não significa que se terá de pagar nos próximos anos

Associações sérias

Gonçalves esclarece que ninguém é obrigado a participar de nenhuma associação, e nem mesmo de sindicato, ainda que o pagamento do imposto sindical seja obrigatório por lei. O representante lembra que, no Brasil, existem cerca de 20 mil sindicatos, enquanto na Alemanha, por exemplo, há cerca de 200. 

Ainda assim, entrar em uma associação idônea pode ser muito vantajoso, pois elas costumam oferecer uma série de benefícios a seus associados, que vão desde descontos em compras até assessoria jurídica. 

Solimeo dá uma boa ideia de como funciona uma associação idônea: “Nós fazemos um amplo trabalho de captação de novos associados, temos várias sedes distritais e uma equipe que faz visitas, e só depois de se associar é que a pessoa começa a receber o boleto de cobrança.”

Fonte: PrimaPagina
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