PUBLICIDADE

Vice global, Burger King ainda tem presença modesta no País

13 jul 2012 - 08h09
Compartilhar

Comprada em setembro de 2010 pelo fundo 3G Capital, dos investidores brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, a rede de

Comprada em setembro de 2010 pelo fundo 3G Capital, a rede de fast food Burger King ocupa a vice-liderança no mercado mundial de hambúrgueres
Comprada em setembro de 2010 pelo fundo 3G Capital, a rede de fast food Burger King ocupa a vice-liderança no mercado mundial de hambúrgueres
Foto: Dreamstime / Terra
fast food

Burger King está presente em 82 países e ocupa a vice-liderança no mercado mundial de hambúrgueres, com 12,5 mil lojas. No Brasil, no entanto, onde atua há oito anos, a franquia ainda não conseguiu conquistar um espaço condizente com sua presença global.



O Burger King abriu seu primeiro restaurante no País em 2004. Segundo a empresa, há hoje 210 unidades em funcionamento. Com um número dessa grandeza, a operação brasileira teria um tamanho menor que o da rede de restaurantes Spoleto, por exemplo, que possui 282 lojas, e um pouco maior que a rede China in Box, que possui 152 unidades, segundo o levantamento mais recente da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Estaria, também com base nos números da ABF, muito atrás de suas principais concorrentes no ramo de refeições rápidas - redes multinacionais, como McDonald's (1.267 restaurantes no País) e Subway (648), e de origem brasileira, como Bob's (820) e Habib's (407).



Para Ricardo Camargo, diretor executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o principal motivo para a situação da rede no mercado brasileiro foi a falta de investimento. "A meu ver, eles não fizeram investimento nenhum. Eles vieram com a figura do franqueador desenvolvedor e cometeram um erro. O grupo tinha mais de dez investidores e, pelo número de lojas, tantos sócios assim jamais poderiam ter dado um resultado", afirma.



Outro fator seria a tentativa de se instalar em um mercado já bastante desenvolvido. "O Brasil estava relativamente bem servido nessa área com McDonald's que atua no Brasil desde 1979, Bob's o pioneiro, de 1952, e mesmo o Habib's 1988, que oferecem opções de lanches a preços mais competitivos", aponta Ricardo.



Além disso, boa parte dos equipamentos da rede não tinha sido nacionalizada, o que tornaria o custo da operação mais alto e, consequentemente, sem vantagem competitiva. "O custo de importação deixava a margem deles um pouco prejudicada. Se não criar uma política de desenvolvedores de produto locais, você fica fora do mercado", relata Ricardo.



Mudanças

Um ano e meio após a compra das operações globais da rede pelo grupo brasileiro, a expectativa é de alterações significativas na empresa, tanto em nível global, quanto no mercado nacional.



As mudanças por aqui começaram com a criação, em 2011, da masterfranquia BK Brasil, ligada à Vinci Partners, gestora de recursos do banqueiro Gilberto Sayão. Com a compra da BGK, maior franqueada da rede no Brasil, a masterfranquia passou a ter o maior número de lojas da rede no País.



"Hoje, o Burger King tem um grupo de sócios mais fortes, e eles dividiram praticamente cada território. Em cada região têm um franqueado. O plano de crescimento deve se acelerar um pouco", diz Ricardo. "Essa nova formação tem tudo para modificar o atual posicionamento de mercado da rede."



O trabalho de marketing foi intensificado, e a rede acaba de renovar seu contrato com o lutador Anderson Silva, que desde 2011 é garoto-propaganda da marca. "Isso é uma coisa que nunca tinha sido vista por parte deles aqui no Brasil. Acredito que há um potencial de crescimento incrível, porque é uma marca forte", analisa Ricardo.



Segundo dados da revista

Exame

, Sayão teria uma meta de expansão de 700 novas lojas até 2016. A empresa não confirma oficialmente a informação. Procurada pelo

Terra

para detalhar seus planos de expansão para o País e explicar a relação entre franqueadores e franqueados no novo modelo de crescimento, o Burger King não quis se pronunciar.



Nos Estados Unidos a rede já passa por mudanças mais significativas, incluindo alterações de cardápio e reformas de lojas. Do ponto de vista de negócio, outra importante mudança foi a retomada da negociação de ações na Bolsa de Nova York, em 20 de junho, como consequência da venda de 29% do controle para a Justice Holdings.



O mercado

Nessa nova fase, a rede encontra no Brasil um cenário bastante movimentado. "O mercado de

fast food

está aquecido em função das margens que esse negócio proporciona para o empreendedor", afirma Cláudia Bittencourt, diretora geral da consultoria Grupo Bittencourt.



Segundo dados da ABF, em 2011 o segmento foi um dos que mais cresceu, e apresentou um aumento de 14,5% no número de franquias. "Neste ano, a previsão é de que novas redes entrem no País, em função da demanda que vai surgir pela Copa e Jogos Olímpicos. Com isso, a área de alimentação estará bastante aquecida", analisa Cláudia.

Fonte: Cross Content
Compartilhar
TAGS
Publicidade