Vendas nos shoppings não devem crescer mais que 5% no Natal
Nem mesmo a primeira parcela do décimo terceiro salário em mãos, liberada na semana passada, deve impulsionar as compras de Natal em shoppings. De acordo com um estudo feito pela Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), a projeção do crescimento de vendas neste ano deve manter o índice de 5% registrado em 2012, um movimento constante de queda visto desde 2010, quando o aumento foi de 10%, em relação ao mesmo período de 2009.
A expectativa da associação, que representa 107 mil lojistas, é de que os segmentos de vestuário, calçados, cosmético e perfumaria sejam carros-chefe, amparados pela propensão de gastos mais enxutos neste Natal. Apesar de não haver um estudo fechado, estima-se que o ticket médio do consumidor seja menor que o verificado no ano passado: R$ 50 em shoppings populares e R$ 130 nos elitizados.
Na tentativa de mudar o modesto cenário, os centros de compras de todo o País têm investido em uma decoração especial. “Funciona como um apelo para a comunidade primária, que mora em volta do shopping, e também atrai a visita de quem não está tão próximo. Assim, espera-se que as compras sejam antecipadas”, diz Luis Augusto Ildefonso, diretor de relações institucionais da Alshop. A partir da primeira semana de dezembro, também começam a valer os horários estendidos em alguns empreendimentos do Brasil, o que deve favorecer os índices econômicos.
Apesar de tudo, as vendas no ano terão uma melhoria nesta época. “Tivemos um primeiro semestre difícil com inflação pressionando preços e refletindo diretamente no abastecimento e renovação de estoques. Já no segundo semestre, a inflação mais moderada influenciou menos os preços e a redução dos níveis de inadimplência colaborou para a melhoria do movimento de vendas no período natalino”, explica Nabil Sahyoun, presidente da associação.
Emprego temporário comprometido
Outra pesquisa feita junto a associados da Alshop mostra que as sacolas mais vazias influenciarão a geração de emprego, que deve ter apenas 5% a mais de temporários sobre o Natal de 2012, resultando no recrutamento de 135.450 pessoas, em todo o Brasil. Neste panorama, o segmento de vestuário e calçados também é cercado de grande aposta e deve responder por 57% das contratações, enquanto o setor de móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos deve preencher 20% das novas vagas.
O índice de trabalho temporário, em anos anteriores, apresentou as seguintes variações: 8% em 2012, 7% em 2011, e 10% em 2010. As principais funções procuradas são as de vendedor, caixa, estoquista, repositor e analista de crédito, com remuneração variável entre R$ 750 e R$1.250.
