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Vale tem prejuízo de R$ 3,3 bilhões no 3º trimestre

Preço à vista do minério de ferro na China já acumula declínio de cerca de 40% desde o início do ano até agora

30 out 2014 - 12h40
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<p>Sede da Vale, no Rio; Mineradora&nbsp;teve um preju&iacute;zo l&iacute;quido em um trimestre que a empresa registrou a melhor performance de produ&ccedil;&atilde;o da sua hist&oacute;ria, com a extra&ccedil;&atilde;o de 85,7 milh&otilde;es de toneladas de min&eacute;rio de ferro</p>
Sede da Vale, no Rio; Mineradora teve um prejuízo líquido em um trimestre que a empresa registrou a melhor performance de produção da sua história, com a extração de 85,7 milhões de toneladas de minério de ferro
Foto: Pilar Olivares / Reuters

A Vale, maior produtora global de minério de ferro, teve prejuízo de R$ 3,381 bilhões entre julho e setembro deste ano, contra lucro de R$ 7,949 bilhões no mesmo período de 2013, em um trimestre duramente impactado pela queda do preço da matéria-prima do aço e por perdas cambiais.

O preço à vista do minério de ferro na China já acumula declínio de cerca de 40% desde o início do ano até agora e encontra-se abaixo de US$ 80 por tonelada.

Acompanhando a tendência global, a Vale também viu os preços médios de venda de seu minério despencarem. A tonelada de finos de minério foi negociada a US$ 68,02 no terceiro trimestre, contra US$ 84,60 no trimestre anterior e US$ 109,93 no terceiro trimestre de 2013.

O resultado da companhia, prejuízo de US$ 1,44 bilhão, ficou muito abaixo da média das estimativas do mercado obtidas pela Reuters, que apontava um lucro de US$ 956 milhões no período.

Relatórios de analistas de bancos publicados após os resultados da empresa foram pessimistas.

O Citi afirmou que o desafio para a Vale financiar investimentos entre 2015 e 2016 poderá ser mais acentuado que o esperado.

O Barclays também prevê efeitos negativos: "Acreditamos que um corte de dividendos em 2015 parece cada vez mais provável."

Os preços menores das commodities impactaram diretamente a receita da companhia, que caiu para R$ 21,055 bilhões, contra R$ 28,591 bilhões um ano antes.

A Vale teve um prejuízo líquido em um trimestre que a empresa registrou a melhor performance de produção da sua história, com a extração de 85,7 milhões de toneladas de minério de ferro.

A empresa destacou também que os benefícios da extração recorde não foram totalmente capturados devido ao acúmulo de 9,3 milhões de toneladas em estoques ao longo da cadeia. O crescimento dos estoques foi parcialmente em consequência da interrupção da Estrada de Ferro Carajás em setembro, segundo a empresa.

"Uma parte dos estoques que foram estrategicamente acumulados no terceiro trimestre foram vendidos em condições comerciais mais favoráveis durante o trimestre atual", destacou a Vale em seu relatório financeiro.

A Vale teve um Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 6,854 bilhões, contra R$ 13,302 bilhões no mesmo trimestre de 2013.

Apesar do cenário nebuloso, o banco BMO afirmou esperar que o resultado tenha sido o ponto mais baixo na curva de lucros da mineradora.

"Enquanto o péssimo resultado não pode ser ignorado, esperamos que marquem um ponto baixo para o lucro da Vale, em um futuro próximo, com uma combinação de eventos que agem contra a empresa", afirmou o BMO.

Resultado financeiro

O resultado financeiro líquido da companhia foi negativo em R$ 7,79 bilhões no terceiro trimestre, contra perdas de R$ 129 milhões no trimestre anterior.

O prejuízo líquido registrado, segundo a Vale, refletiu principalmente o impacto da desvalorização de 11,3% do real ante o dólar ao longo do terceiro trimestre.

A depreciação do real trouxe dois efeitos contábeis, em sua maioria não caixa, disse a empresa.

O impacto na dívida líquida trouxe perdas de US$ 1,943 bilhão. Além disso, a variação cambial trouxe perdas de US$ 740 milhões com o impacto em derivativos.

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