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União de Oi e Portugal Tel cria empresa com receita de quase R$40 bi

2 out 2013 - 10h08
(atualizado às 11h01)
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A fusão entre as operadoras de telecomunicações Oi e Portugal Telecom, anunciada na madrugada de quarta-feira, criará uma empresa com receita combinada de quase 40 bilhões de reais e mais de 100 milhões de clientes nos países em que atua.

Considerando os dados de 2012, o faturamento das empresas totaliza 37,453 bilhões de reais, segundo apresentação da Oi enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) soma 12,77 bilhões de reais.

O anúncio de fusão ocorre cerca de três anos após a entrada da Portugal Telecom no capital da Oi, após vender sua participação na operadora móvel brasileira Vivo em 2010 para a espanhola Telefónica.

ENDIVIDAMENTO

A união das empresas acontece pouco tempo depois de a Oi ter feito grande corte em sua política de dividendos, pressionada por uma dívida líquida de quase 30 bilhões de reais e necessidade de acelerar investimentos no país.

Em apresentação, a Oi informou que a nova empresa terá uma dívida líquida proforma de 41,2 bilhões de reais, com uma relação dívida líquida/Ebitda de 3,3 vezes, o que ainda é considerado alto por analistas.

AUMENTO DE CAPITAL

Segundo os termos do acordo, além da incorporação da Portugal Telecom, haverá um aumento de capital mínimo da Oi de 7 bilhões de reais, "com objetivo de alcançar 8 bilhões de reais, em dinheiro, com vistas a melhorar a flexibilidade do balanço da CorpCo".

As companhias afirmaram que os atuais acionistas da TelPart (Telemar Participações) e um veículo de investimento administrado e gerido pelo BTG Pactual, participarão da operação de aumento de capital com subscrição de cerca de 2 bilhões de reais.

ESTRUTURA MAIS SIMPLIFICADA

A CorpCo --resultante da união de Oi e Portugal Telecom-- terá ações listadas no segmento Novo Mercado da BM&FBovespa, que considera apenas uma classe de ações: ordinárias. Com isso, a estrutura acionária da empresa será mais simplificada. Atualmente, a Oi possui duas classes de ações na bolsa paulista --ordinárias e preferenciais.

Os papéis também serão negociados na bolsa de Nova York e na NYSE Euronext Lisbon. A Oi será uma subsidiária integral da CorpCo, que vai incorporar a Portugal Telecom.

Cada ação ordinária da Oi será substituída por 1 ação ordinária da CorpCo. No caso dos papéis preferenciais, cada 1,0857 ação preferencial da Oi será substituída por 1 ação ordinária da CorpCo.

Cada ação da Portugal Telecom será substituída por 0,6330 ação da CorpCo mais 2,2911 euros em ações da CorpCo ao mesmo preço do aumento de capital.

PRESENÇA E CLIENTES

A empresa combinada terá atuação em todo o Brasil e Portugal, além de uma pequena presença na África/Ásia.

A CopCorp nasce com 100,2 milhões de clientes, considerando os dados de Oi e Portugal Telecom de junho, incluindo 22,3 milhões de clientes residenciais (entre linhas de telefonia fixa, banda larga e TV por assinatura), 53 milhões de clientes de telefonia móvel e 11,3 milhões de clientes corportativos.

MOVIMENTO NO SETOR

O anúncio da fusão ocorre cerca de uma semana depois de um acordo entre a espanhola Telefónica e a controladora da Telecom Italia, donas da Vivo e TIM no Brasil, respectivamente, em meio a uma nova onda de transações do setor.

O mercado especulava há meses sobre a união de Oi e Portugal Telecom, em apostas que foram reforçadas a partir de junho, quando o executivo Zeinal Bava deixou o comando da Portugal Telecom para liderar a empresa brasileira.

Na semana passada, a Telefónica fechou acordo com os principais acionistas da Telco, holding controladora da Telecom Italia, para aumentar participação no grupo.

(Por Roberta Vilas Boas; Reportagem adicional de Sérgio Gonçalves em Lisboa)

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