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Tesouro retoma compra de títulos públicos por instabilidade no mercado

19 ago 2013 - 16h51
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A instabilidade no mercado financeiro fez o Tesouro Nacional retomar a compra de títulos públicos. O órgão fez leilões extraordinários para adquirir papéis prefixados (com juros definidos com antecedência) nas mãos de investidores, na primeira operação do tipo em dois meses. Nesta segunda-feira, o Tesouro comprou R$ 1,599 bilhão em títulos prefixados. Desse total, R$ 1,457 bilhão corresponderam à LTN (Letra do Tesouro Nacional) com vencimento em julho de 2016 e R$ 142,32 milhões representaram NTN-F (Nota do Tesouro Nacional, série F) com vencimento em 2023.

Em relação à LTN, o Tesouro recomprou todos os 2 milhões de papéis ofertados. No leilão de NTN-F, o órgão recomprou 150 mil títulos da oferta total de 2 milhões. Amanhã, fará novamente leilões de recompra desses dois papéis. De acordo com técnicos do órgão, os leilões são necessários porque, em momentos de turbulência financeira, as taxas dos títulos tendem a se descolar dos fundamentos da economia brasileira.

Segundo o Tesouro, a instabilidade faz o aplicador ter a sensação de que está perdendo dinheiro ao manter o título. No entanto, na hora de se desfazer do papel, o investidor não encontra compradores que ofereçam preço justo. Nessas horas, então, é necessário o Tesouro recomprar os títulos para fornecer um referencial de preços e taxas de juros.

No caso dos títulos prefixados, a tensão é maior porque os juros pagos aos investidores (taxa de retorno) são definidos com antecedência e não variam conforme as oscilações do mercado e da economia. Quem compra agora um papel desse tipo sabe exatamente quanto receberá daqui a vários anos. No momento em que os juros dos títulos aumentam por causa da turbulência financeira, os investidores com esses papéis temem ter ainda mais prejuízo porque a taxa de retorno não pode mudar.

O dinheiro para recompra dos títulos virá, na maior parte, do colchão da dívida pública, recursos que o Tesouro tem guardados para usar em momentos de crise. Esse instrumento foi usado em 2005, 2006 e 2008, quando estourou a crise financeira internacional.

Por meio dos títulos da dívida pública, o Tesouro Nacional vende papéis para arrecadar dinheiro dos investidores e honrar os compromissos de curto prazo. Em troca, o governo compromete-se a devolver a quantia com algum acréscimo. A correção pode ser prefixada (com juros determinados no momento da emissão) ou seguir a inflação, a taxa Selic (juros básicos da economia) ou o dólar.

Fonte: Agência Brasil
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