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Terra da Diversidade

Preconceito dificulta contratação de deficiente intelectual

5 mai 2011 - 14h52
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Marina Pita
Direto de São Paulo

A inclusão de pessoas com deficiência intelectual ainda se mostra algo muito incipiente, mas algumas empresas estão superando preconceitos e contratando estes profissionais. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por exemplo, começa neste mês sua primeira experiência com esse público, abrindo portas para pessoas com raras oportunidades.

De acordo com pesquisa do Espaço da Cidadania com dados do Relatorio Anual de Informações Sociais (Rais), de todas as pessoas com deficiência empregadas, apenas 4,55% têm deficiência intelectual. O porcentual só é menor entre as pessoas com deficiência múltipla, 1,21%.

"Todas as empresas têm cargos que poderiam ser preenchidos por pessoas com deficiência intelectual, mas ainda há muita ignorância e preconceito sobre o tema", explica o gerente de inclusão e capacitação da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), Marcelo Vitoriano, responsável pela capacitação dos profissionais selecionados pela Febraban para trabalharem no mercado financeiro.

A primeira coisa que um empregador deve saber para contratar uma pessoa com deficiência intelectual é que, apesar de várias delas terem o mesmo diagnóstico, podem ser bastante diferentes, por isso é importante levantar as competência e identificar quais habilidades precisarão ser desenvolvidas caso a caso.

Ainda hoje, na opinião de Vitoriano, as pessoas com deficiência intelectual têm muita dificuldade de acesso a uma formação adequada durante a infância e adolescência, o que acaba as afastando mais do mercado profissional. Por isso, é preciso preencher essa lacuna antes de colocar o profissional em seu posto. "Não adianta a empresa achar que é só contratar a pessoa e pronto. Algumas vezes será preciso capacitar o profissional e flexibilizar funções. A empresa comprometida com a inclusão de pessoas com deficiência não terá dificuldade em fazer isso."

Isso, somado ao preconceito de que a pessoa com deficiência intelectual não é capaz de executar tarefas e ter responsabilidades acaba por prejudicar as contratações, de forma que essas pessoas têm muita dificuldade de conseguir um emprego, ainda mais do que as demais. Vitoriano, no entanto, é otimista. "A pessoa com deficiência e deficiência intelectual está na pauta da sociedade. Estamos apenas no início de um processo."

Fonte: Especial para Terra
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