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Terceira idade gera novos nichos e vira filão da economia

23 jan 2012 - 21h38
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O Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o País tem pouco mais de 20 milhões de idosos - faixa que engloba pessoas com 60 anos ou mais. Em 1990, esse número beirava a marca dos 10 milhões. Em 2050, segundo estimativas do instituto, haverá no Brasil 64 milhões de pessoas no segmento da terceira idade. Que significado isso pode ter para um empreendedor? Segundo José Eduardo Balian, professor de economia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) de São Paulo, quem apostar em produtos e serviços para esse grupo etária não vai se arrepender.

Segundo o IBGE, o Brasil tem mais de 20 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Em 2050, serão 64 milhões de idosos no País
Segundo o IBGE, o Brasil tem mais de 20 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Em 2050, serão 64 milhões de idosos no País
Foto: Shutterstock / Especial para Terra


Embora não tenha números sobre empresas especializadas na terceira idade, Balian aposta que o segmento tem tendência de crescimento acentuado. "Agora é o momento de o empreendedor experimentar o que dá certo para esse público. Ele ainda pode errar. Daqui a poucos anos, não mais", acredita o professor.



Os dados do Censo 2010 apontam para uma expectativa de vida de 73,5 anos, com estimativa de alcançar 81 anos em 2050. As razões para o envelhecimento da população passam por várias esferas: vão desde o acesso a condições sanitárias melhores até a descoberta de novos medicamentos e tratamentos para doenças crônicas.



Balian diz que uma empresa que deseja desenvolver produtos para a terceira idade tem de, primeiro, descobrir quais sãos as necessidades desse público. "O setor de prestação de serviços é o que mais tem a ganhar com o envelhecimento da população", ressalta o professor.



Celular para idosos

Alexandre Borin, CEO da Prestus, empresa que oferece assistentes virtuais 24 horas, vai além e afirma que não apenas as necessidades das pessoas com mais de 60 anos mudaram, mas também as suas aspirações. "O idoso hoje não quer morar com os filhos. Quer garantir a sua independência, inclusive financeira, até o final da vida. São poucos os que se tornam reclusos", esclarece.

A partir dessa convicção, Borin e sua equipe desenvolveram um pacote de serviços que inclui um celular e uma assistente virtual. No verso do aparelho há um botão de emergência que, quando acionado, faz com que a empresa imediatamente envie torpedos para uma lista predefinida de números. Em seguida, a assistente entra em contato com o usuário, por meio do viva voz, para verificar a sua situação. Um dos objetivos do aparelho é dar segurança principalmente para os familiares do idoso, que serão acionados se houver problemas.

A Prestus está no mercado há dois anos e, ao fazer análise de nichos para o desenvolvimento de novos serviços, descobriu o filão da terceira idade. A ideia surgiu a partir da divulgação pelo IBGE do aumento da expectativa de vida da população e da percepção da empresa de que hoje o idoso quer continuar vivendo em sua própria casa. O produto começou a ser comercializado em dezembro.

Outro ponto observado pela empresa foi o aumento da permanência do idoso no mercado de trabalho. De acordo com o Censo do IBGE, em 2010 havia 5,4 milhões de pessoas com 60 anos ou mais trabalhando. Esse número é 65% maior do que se comparado com 2000. Por isso, o pacote de serviços não inclui somente o botão de emergência, mas também a assistente pessoal 24 horas, similar ao modelo oferecido para executivos. Ela funciona como uma secretária, que ajuda a organizar a rotina pessoal e profissional.

A expectativa da Prestus é de vender 1.200 pacotes este ano para os idosos. "Nossa meta é que já, em 2012, esse serviço seja responsável por 20% do faturamento da empresa, que é estimado em R$ 1 milhão", afirma Borin.

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Especial para o Terra

Fonte: Terra
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