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Temer deveria defender a recriação da CPMF, afirma Dilma à Folha

29 mai 2016 - 14h20
(atualizado às 14h21)
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A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) afirmou que o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) deveria defender a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). A petista explicou que fez todos os esforços para não fazer cortes em programas sociais mesmo com as dificuldades econômicas enfrentadas pelo País em 2015 e que seu governo assumiu a proposta de recriar a CPMF sem pudor.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Dilma disse que "quem paga o pato, quando não se tem imposto num País, é a população".

"Vai ter corte na saúde. Depois voltaram atrás. Os que são chamados de coxinhas acreditam que o Bolsa Família é uma esmola. Não é. Ele tem efeito enorme sobre as crianças. Entre fazer isso [cortes em área sociais] e criar um imposto, cria um imposto! Para com essa história de não criar a CPMF. Só não destrói a educação e a saúde", afirmou a presidente afastada.

A petista disse que respeita o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, mas não concorda com as medidas econômicas propostas por ele na semana passada. 

"Gosto mais do Meirelles no Banco Central que no Ministério da Fazenda. Pelo menos até agora. Não sei se é dele essa ideia de propor o orçamento base zero [que só cresce de acordo com a inflação do ano anterior]. Mas não é possível num País como o nosso, não ter um investimento pesado em educação. Sem isso, o Brasil não tem futuro, não. Abrir mão de investimento nessa área, sob qualquer circunstância, é colocar o Brasil de volta no passado. É um absurdo", lamentou.

Dilma afirmou ainda que foi difícil perceber que o Brasil passava por uma crise econômica e apontou que nem mesmo seus opositores tinham esse diagnóstico durante a eleição de 2014. 

"Me mostra a oposição falando que tinha crise no Brasil! Ninguém sabia que o preço do petróleo ia cair, que a China ia fazer uma aterrissagem bastante forte, que ia ter a pior seca no Sudeste", explicou. 

A petista reforçou que não deu uma guinada na política econômica após ser reeleita. "Eu vinha numa política anticíclica e acabou a política anticíclica. A guinada é essa. Agora, isso não significa que não possamos ter errado nisso e naquilo. Porque senão fica assim "não errei em nada". Não é isso".

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