Telefónica ainda pode buscar acordo sobre Vivo
Por Una Galani
A Telefónica ainda pode obter um acordo sobre a Vivo . A operadora espanhola recusou um pedido da Portugal Telecom de prorrogar a oferta de 7,15 bilhões de euros para a compra da participação de empresa portuguesa na companhia brasileira. O caminho jurídico pode ser a próxima tática da Telefónica, mas um acordo ainda é possível.
Poucos criticariam a companhia espanhola por aparentemente ter perdido a paciência. A Telefónica não conseguiu ganhar o apoio do conselho da Portugal Telecom, apesar de ter melhorado sua oferta duas vezes e de ter vencido uma votação de acionistas. O governo português usou sua golden share, declarada como ilegal pela Corte Europeia de Justiça, para vetar a decisão da maioria.
A Telefónica agora afirma que vai buscar "sua própria maneira" de obter o controle da maior operadora de telefonia celular do Brasil. Isso sugere que a empresa vai buscar uma arbitragem internacional para dissolver a joint venture que mantém com a Portugal Telecom controlando a Vivo.
Essa opção sugere que a Telefónica vai tentar ganhar o controle da Vivo por meio da compra das ações da empresa no mercado aberto. As duas empresas ibéricas têm 44,5% das ações com direito a voto e os restantes 11% estão no mercado.
No entanto, a dissolução pode se mostrar cansativa. Embora os espanhois acreditem que possa ser concluída em seis meses, segundo uma pessoa próxima à empresa, alguns analistas do setor sugerem que o processo pode demorar até cinco anos.
E a Telefónica pode não conseguir o que deseja. O contrato da joint venture prevê rescisão somente com o consentimento de ambas as partes, de acordo com uma fonte do setor bancário familiarizado com a situação.
Um caminho pode surgir caso a Portugal Telecom encontre onde investir no Brasil os recursos da venda de sua participação na Vivo. O que provavelmente seria o suficiente para ganhar a bênção do governo português.
O destino mais provável é a Oi , maior operadora de telecomunicações do Brasil, com um valor de mercado de US$ 6,7 bilhões. A Portugal Telecom precisaria da aprovação do governo brasileiro, mas poderia fazer uma oferta generosa.
Um acordo negociado é de longe a opção mais atraente para ambos os lados. O recuo da Telefónica e qualquer pedido de arbitragem são provavelmente melhor interpretados como movimentos táticos para aumentar a pressão sobre os portugueses para encontrarem termos mutuamente aceitáveis.
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