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Subsecretário: nova classe média obriga governo a se adaptar

8 ago 2011 - 10h22
(atualizado às 11h34)
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A redução da pobreza e o crescimento vertiginoso da classe média nos últimos anos obrigam o Brasil a repensar suas políticas públicas para responder às novas demandas e permitir que os milhões de brasileiros que enriqueceram continuem a trajetória ascendente. A opinião é de Ricardo Paes de Barros, subsecretário da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), da Presidência.

"Boa parte da classe média é formada por pessoas que saíram da pobreza e que, portanto, chegam ao grupo muito ávidas por novas oportunidades. Eles são o motorzinho do crescimento brasileiro e impõem um grande desafio para as políticas públicas", disse Paes de Barros à BBC Brasil.

Segundo o subsecretário, o crescimento da classe média, que de 40% da população em 2003 passou a 52% em 2009, exige ajustes nas políticas macroeconômicas, de educação, cultura, crédito e saúde. "Todos têm que entender que Brasil passou por mudanças grandes, e o problema dessa situação é que as políticas públicas também têm de mudar rapidamente", afirma.

Ele diz que o grupo, composto por 100 milhões de pessoas, é "incrivelmente heterogêneo" e continuará crescendo nos próximos anos. De acordo com Paes de Barro, trata-se de uma camada preocupada com educação, cultura, saúde e cuidados pessoais. Para atender o grupo, ele diz que é preciso diversificar os mercados nessas áreas e regular o setor de planos de saúde.

Ainda segundo o subsecretário, dada a alta participação do grupo entre os brasileiros com carteira assinada (68%), seria necessário melhorar a qualidade do emprego formal. "Devidamente apoiada, a capacidade de empreendimento na classe média pode levar uma parcela grande à classe alta, mesmo que não tenham tido escolaridade", disse.

Ele afirma, no entanto, que sem os devidos cuidados, a ascensão do grupo pode gerar problemas para as finanças do País. "Sabemos que, se dermos crédito pouco regulamentado ao grupo, podemos gerar um endividamento alto. E que, se eles resolverem demandar produtos para os quais não há oferta, podem gerar inflação".

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