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Seis em cada dez brasileiros não sabem quanto devem

29 mar 2016 - 14h42
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Na hora de pagar as contas, tem preferência quem cobra mais juros por inadimplência
Na hora de pagar as contas, tem preferência quem cobra mais juros por inadimplência
Foto: Marcos Santos/USP Imagens / O Financista

O descontrole das finanças pessoais que levou uma parcela dos brasileiros à inadimplência nos últimos 12 meses é tão grande que seis em cada dez devedores não sabem o valor de sua dívida e 36% desconhecem a quantidade de empresas para as quais devem.

Entre os que têm conhecimento de suas dívidas, o valor médio é de R$ 3.422, segundo pesquisa feita em parceria entre o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

Na média, os brasileiros têm ou tinham contas em atraso nos últimos 12 meses com 2,1 empresas, segundo os entrevistados que sabiam indicar seus credores.

O número de parcelas feitas no momento da compra também é alvo do esquecimento dos inadimplentes. Para o financiamento de um carro ou moto são contratadas 47,6 parcelas, em média, sendo que 9,6 delas não foram pagas.

Para empréstimos, 9,6 das 26 parcelas contratadas, em média, também não foram pagas.

Cartão de crédito

O cartão de crédito é apontado como o maior vilão dos inadimplentes, com 43,4% dos entrevistados apontando o pequeno pedaço de plástico como o meio de pagamento que os levaram a ficar com o “nome sujo”.

Os empréstimos aparecem em segundo lugar, com 23,5%, seguido pelo cartão de lojas varejistas (19,3%).

As principais justificativas para a falta de pagamento das contas foram o desemprego (29,2%) e a redução da renda (14,6%).

“A atual conjuntura econômica está causando uma alta no número de desempregados e minando o poder de compra dos brasileiros devido à inflação elevada e as altas taxas de juros”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Lazer e vestuário na mira

Os setores que mais sofreram cortes para o pagamento das contas em atraso são lazer (41,2%), roupas e calçados (38,6%) e alimentação fora de casa (27,5%).

Na hora de escolher qual dívida será paga primeiro, a prioridade é para aquelas que possuem a maior taxa de juros (37,2%), seguidas pelas que possibilitam a manutenção do consumo por serem utilizadas para o parcelamento de novas compras, ou seja, cartão de crédito, cartões de loja e crediário (22,9%).

Devo, não nego

A estratégia mais adotada pelos entrevistados para quitar suas dívidas foi a tentativa de um acordo com o credor, apontada por 57,1% dos entrevistados.

Apesar disso, quando questionadas as maiores dificuldades enfrentadas para limpar o nome, o acordo com o credor também está em primeiro lugar, com 36,3%, o que demonstra a dificuldade dos devedores no processo de negociação para o pagamento da dívida.

Segundo a economista, as propostas feitas pelas empresas credoras às vezes são incompatíveis com as possibilidades de pagamento dos entrevistados.

“Ainda que os descontos negociados sejam consideráveis, podem ser insuficientes e os consumidores podem acabar em um ciclo vicioso de contrair novas dívidas e empréstimos para quitá-las”, diz Kawauti.

Na percepção dos entrevistados, a situação de inadimplência é resolvida, em média, em 16 meses e a intenção de pagamento é motivada principalmente por essa ser considerada uma atitude correta (65%). Porém, apenas 51,5% dos entrevistados acreditam que ter o nome limpo é importante, independentemente de qualquer situação ou contexto.

Entre os entrevistados que não estão mais inadimplentes, 67,4% pagaram todas as prestações ou estão com as prestações em dia e 32,6% estão devendo ao menos uma parcela.

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