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Temer espera protagonismo de equipe econômica para deslanchar

5 jun 2016 - 13h22
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Perto de 30 dias do governo interino de Michel Temer, o mercado fica à mercê de fatores externos para guiar os negócios
Perto de 30 dias do governo interino de Michel Temer, o mercado fica à mercê de fatores externos para guiar os negócios
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil / O Financista

O rali do impeachment é notícia do passado. Agora, os investidores e empresários esperam uma clara definição sobre os rumos da nova política econômica para destravar o espírito animal que pode retomar o crescimento do país e da Bolsa brasileira.

Perto de 30 dias do governo interino de Michel Temer, o mercado fica à mercê de fatores externos para guiar os negócios. Apesar das boas intenções iniciais, alguns tropeços da nova administração, como o reajuste dos servidores, minam por enquanto a capacidade de influência dela sobre o mercado.

“O mercado se interessa por política econômica, e não política”, opina Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. “É um governo de notáveis, mas quando começa a se ceder espaços para elevação de gastos, isso coloca em dúvidas se a equipe econômica é tão eficiente nesse sentido. É um medo verdadeiro. Se o mercado tiver desconfiança de que em algum momento não vai vingar, ele abandona o pseudo otimismo com o governo”, diz Vieira.

Desde que o novo governo estreou, em 12 de maio, o Ibovespa acumula queda de 4%, aos 52.764 pontos, e o dólar uma alta de 2,3%, para R$ 3,53.

Congresso

Em relatório, o BTG Pactual ressalta que, caso o novo governo consiga a aprovação de uma ou duas importantes medidas com o objetivo de fechar o déficit fiscal, como a reforma da previdência e maior flexibilidade para controlar o orçamento, isso melhoraria as expectativas.

“Caso o novo governo não consiga um apoio consistente do Congresso para aprovar as medidas fiscais necessárias, a economia continuará a ter um desempenho fraco e esse governo pode acabar por ser apenas uma solução ‘band-aid’, esperando a nova eleição presidencial em 2018”, afirma o banco.

Espírito animal

A pesquisa trimestral iCFO da Saint Paul e do IBEF-SP com executivos de finanças mostra que os empresários estão prontos para investir apesar da recessão econômica, mas aguardam uma solução para o impasse político que ainda trava o país.

“No fundo, o nível de confiança ainda está baixo pela questão política e muito menos pelos dados da economia em si”, ressalta José Claudio Securato, CEO da Saint Paul Escola de Negócios e do IBEF-SP. “Tendo perspectivas de crescimento, como a projeção do PIB que saiu do horroroso para o ruim, e se o segundo trimestre confirmar essa melhora podemos virar o ano com pelo menos uma neutralidade. Assim, 2017 pode até ser um pouco positivo”, avalia.

De uma forma ou outra, o governo Temer está testando a paciência e o apoio do mercado.

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