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Quem é J&F, a nova dona da Havaianas?

23 nov 2015 - 16h21
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Toni Ramos, garoto-propaganda da Friboi: a face mais conhecida dos negócios da J&F
Toni Ramos, garoto-propaganda da Friboi: a face mais conhecida dos negócios da J&F
Foto: Friboi/Facebook / O Financista

O anúncio da compra do controle da Alpargatas pela J&F por R$ 2,67 bilhões, nesta segunda-feira (23), recolocou a família Batista no noticiário de negócios. Mais conhecidos pela JBS, a maior processadora de proteína animal do mundo e dona da marca de carnes Friboi, os Batistas já investem há tempos em áreas distantes de sua origem.

A J&F é, hoje, a empresa de investimentos da família. Sob seu guarda-chuva, encontram-se 8 empresas. Além da JBS, a holding controla a Vigor, Flora, Eldorado Brasil, Banco Original, Canal Rural, Oklahoma e Floresta Agropecuária.

É verdade que a JBS é a grande estrela do grupo. Sua origem remonta a um açougue fundado pelo patriarca do grupo, José Batista Sobrinho, em 1953, em Anápolis (GO). No ano passado, sua receita líquida foi de pouco mais de R$ 120 bilhões, com um lucro de R$ 2 bilhões. Com mais da metade do faturamento gerado em moeda estrangeira, devido às exportações e fábricas no exterior, a JBS hoje é considerada pelo mercado praticamente uma empresa "norte-americana" com origem no Brasil. E, em tempos de recessão interna e dólar caro, isso é uma vantagem e tanto - o que faz com que a JBS seja uma das ações sempre recomendadas pelos analistas.

Outro negócio de peso dos Batista é a Eldorado Brasil, uma das maiores produtoras de celulose de fibra curta do mundo. Criada em junho de 2012 e com produção iniciada em dezembro daquele ano, a empresa também é favorecida por atuar em um mercado relativamente estável - ao contrário de outras commodities, cujos preços caíram no último ano diante da desaceleração da China. Além disso, também é beneficiada pelas receitas em dólares. No acumulado do ano até setembro, seu faturamento alcançou quase R$ 2 bilhões, ante R$ 1,5 bilhão do mesmo período do ano passado.

Além disso, a Eldorado também conseguiu melhorar as últimas linhas do balanço. Em 2014, na comparação, a companhia apresentou prejuízo de R$ 359 milhões. Neste ano, o lucro somado é de R$ 267 milhões.

Banqueiros

Ok, pode-se dizer que a Eldorado e a JBS têm, em comum, um pé no agronegócio, assim como a Vigor, fabricante de derivados de leite, como iogurtes. Mas a J&F também investe na área financeira. O Banco Original foi criado para financiar os pecuaristas que vendem seu gado para o JBS abater. Os dados mais recentes são de 2014. No ano passado, sua carteira de crédito somou R$ 2,5 bilhões, uma alta de 130% sobre 2013. Já o lucro cresceu 9%, para pouco mais de R$ 73 milhões.

Ao anunciar a compra da fatia de 44% da Alpargatas que pertenciam à Camargo Corrêa, a J&F ressaltou sua intenção de diversificar ainda mais as áreas de atuação. Por enquanto, a reação dos investidores ao negócio é ambígua. Os detentores de ações preferenciais da Alpargatas (ALPA4) demonstraram sua insatisfação com uma forte queda na Bolsa. Por volta das 15h30, os papéis recuavam 7,6%, a R$ 8,99. Já as ordinárias (ALPA3) subiam ligeiramente, 0,8%, para R$ 10,08. Sinal de que, por enquanto, a interpretação dos investidores é que só ganhará com a troca de controle quem puder compartilhá-lo.

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