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Projeto Franquias para Todos é inaugurado na Rocinha

29 out 2015 - 17h57
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O projeto Franquias para Todos, que estimula a abertura de unidades franqueadas ou expansão de franquias já existentes por moradores de comunidades pacificadas do Rio de Janeiro, foi inaugurado hoje (29) na Rocinha, em São Conrado, zona sul da capital fluminense, considerada a maior favela da América Latina.

O projeto tem o objetivo de emitir cartas de crédito para o financiamento de franquias nas 42 áreas com unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e é uma parceria da Associação Brasileira de Franchising do Rio de Janeiro (ABF-Rio) com a Agência Estadual de Fomento (AgeRio).

O presidente da ABF-Rio, Berto Filho, disse que o Franquias para Todos seguirá agora para as demais áreas de UPPs, que reúnem 105 comunidades. No dia 12 de novembro, o projeto será levado para o Complexo da Maré, localizado próximo ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Tom Jobim.

“É a democratização do sistema de franquia brasileiro”, disse Beto Filho, acrescentando que essa é uma boa oportunidade para formar novos empreendedores e micronegócios, “descobrindo talentos e habilidades nessas comunidades, com todo o apoio de um conjunto de entidades que trabalham para criar esse novo cenário, de estar dentro das comunidades”.

As cartas de crédito têm valor de até R$ 15 mil para microfranquias. Beto Filho esclareceu que além de estimular a profissionalização de pequenos negócios, o projeto mostra que o franchising “não é uma coisa elitizada”. O financiamento tem juros de 3% ao ano e os recursos são oriundos da Age Rio. Os franqueadores acompanham o desenvolvimento dos franqueados, que recebem treinamento do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa do estado (Sebrae-RJ).

Moradora da Rocinha, Sarita Dutra trabalha por conta própria há mais de 20 anos fazendo almoços, jantares e ceias de Natal e Ano Novo mas, devido à atual crise econômica do país, ficou um tempo com as atividades paradas. Sarita conta que viu no projeto Franquias para Todos a oportunidade de profissionalizar seu negócio, aproveitando a estrutura oferecida pelas redes de franqueadores. “Tirou da minha cabeça que franquia era coisa só para rico. Agora vi que é acessível a qualquer um, é popular”. Ela está estudando a possibilidade de pegar crédito para investir na área de alimentação, no ramo de festas, eventos e bufê. “É nessa área que eu gosto de atuar”.

Inicialmente, a Age Rio vai oferecer às comunidades pacificadas R$ 1,5 milhão, mas de acordo com o presidente da entidade, José Domingos Vargas, não há limite para os interessados. A operação é efetuada mediante análise de crédito do tomador e da viabilidade do negócio. Vargas frisou que a parceria com a ABF-Rio “contribui com a formalização e geração de mais empregos”.

Treze redes de microfranquias em diversos segmentos participaram do lançamento do projeto na Rocinha, entre os quais higiene e limpeza, informática, jardinagem e alimentação. “A mensagem foi bem aceita. Temos que juntar pessoas que têm sangue empreendedor nas comunidades e vontade de ter um projeto de vida diferente, associá-las ao crédito, dar apoio e treinamento. Certamente, elas vão dar certo”, ressaltou Beto Filho.

A estimativa é que, somente na Rocinha, existam em torno de 12 mil negócios de diferentes modalidades. Com o projeto, a perspectiva é elevar esse número, “porque o público é garantido”. De acordo com pesquisa do Instituto Data Favela, cerca de 12 milhões de pessoas moram em comunidades no Brasil, o que representa potencial de consumo de R$ 64 bilhões.

Agência Brasil Agência Brasil
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