Popularização de tablets impulsiona mercado de aplicativos
O número de
tabletsno Brasil deve chegar a 2,6 milhões no fim de 2012, segundo previsão da consultoria IDC Brasil. No segundo trimestre deste ano, foram vendidos 606 mil aparelhos, um crescimento de 275% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o mercado em expansão, surgem oportunidades de investimento também para os pequenos e médios empreendedores.
A Digital Pages foi uma das que lucrou com o boom dos
tablets. Desde 2001, a empresa trabalha com a digitalização de conteúdo impresso. A chegada do iPad, em 2010, foi vista com otimismo para a empresa. "Hoje, somos muito mais procurados. Nos dois anos após o advento do
tablet, percebemos um crescimento equivalente aos cinco anteriores", afirma Youssef Mourad, CEO da Digital Pages.
Segundo ele, a tendência é de que o mercado continue a crescer. "O que estamos vendo é ainda a pontinha do iceberg. Os
tabletsvão estar presentes na estratégia de quem oferece tanto conteúdo, quanto serviços", acredita ele.
Reinaldo Normand, da 2Mundos, empresa voltada a jogos sociais, concorda. "No mundo, a maioria das pessoas está substituindo o uso do PC pelo
tablet. É um fenômeno de comportamento e uma tendência que parece irreversível", afirma ele. "No Brasil, o fenômeno vai se replicar, mas mais devagar, porque o acesso é mais difícil." Hoje, o País ocupa a 11ª posição no ranking mundial de consumo de
tablets, segundo a IDC Brasil.
Para Youssef, o crescimento do mercado depende da popularização do produto - o que está relacionado à tabela de preços. Nesse cenário, os
tabletscom tela de 7 polegadas, como o iPad mini, anunciado em 23 de outubro pela Apple, podem ajudar. Segundo a GfK, empresa de pesquisa de mercado, 63% dos dispositivos vendidos no Brasil nos 12 meses até agosto deste ano tinham 7 polegadas.
Uso dos tablets
Além da digitalização de conteúdo, Reinaldo acredita que os desenvolvedores de aplicativos educativos têm cenário promissor. "A forma de se educar hoje está muito estática. Pela facilidade e pela mobilidade, vejo um futuro próximo em que todos os estudantes tenham um
tablet", afirma. Para ele, há grande espaço para aplicativos interativos, como jogos. "Dá para fazer coisas diferentes. É uma reinvenção do ensino."
Segundo ele, não há uma restrição de segmento quanto ao desenvolvimento de aplicativos ou uso de
tablets. "É questão de imaginação. Estão todos adotando o
tablethoje. Linhas aéreas, restaurantes, táxis, hospitais..."
Tecnologia
Youssef conta que houve uma reformulação da empresa com o advento dos
tabletsdevido ao novo padrão tecnológico. Foram contratados novos funcionários que conhecessem os sistemas dos
tablets- iOS, Android e Windows Mobile.
Embora seja necessário o conhecimento técnico, Reinaldo afirma que é possível desenvolver aplicativos com equipes de quatro a seis pessoas - são necessários um designer, um programador, alguém para assegurar a qualidade e uma pessoa para gerenciar o grupo. "Mas mais do que entender de tecnologia, é importante a criatividade para fazer algo diferente", diz.
Visibilidade
A distribuição dos programas foi facilitada pelos
tablets, o que dá mais espaço para as pequenas empresas. Ainda assim, elas encontram dificuldades para ter visibilidade. Hoje, estão disponível 275 mil aplicativos específicos para iPad e a Microsoft espera ter 100 mil até o final do ano.
Segundo Reinaldo, há alguns meios de a empresa ter território para atuação. O primeiro seria criar um aplicativo que seja muito inovador ou útil. "É possível ser notado pelo público ou pela mídia e começar um boca a boca viral", afirma. Esse foi o caso do Instagram, vendido por U$ 1 bilhão para o Facebook. O segundo seria prestar serviços para outras empresas. O terceiro, firmar parceria com grandes companhias para distribuir o aplicativo já desenvolvido.