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Para economistas, recessão técnica do PIB já era esperada

Modelo de política econômica baseada em incentivo ao consumo está desgastado, avaliam especialistas

29 ago 2014 - 13h14
(atualizado às 16h32)
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<p>Produto Interno Bruto do País teve queda de 0,6% no segundo trimestre</p>
Produto Interno Bruto do País teve queda de 0,6% no segundo trimestre
Foto: Thinkstock

A retração da economia do País – que entrou em recessão técnica após queda de 0,6% no segundo trimestre, seguida de uma baixa de 0,2% no primeiro trimestre - já era esperada, de acordo com economistas. Eles dizem que se não houver uma mudança de política econômica, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá continuar apresentando baixo crescimento nos próximos anos.

PIB recua 0,6% no 2º trimestre e Brasil entra em recessão técnica

Para Otto Nogami, economista e professor do Insper, a forma que o governo tem conduzido a política econômica está equivocada por ficar presa a medidas de curto prazo, como o incentivo a medidas de consumo.

“Há um clima de incerteza nas grandes empresas, principalmente agora que estamos em época de eleição”, diz Nogami. “O estímulo via crédito endividou a população e as empresas, assim, seguram os investimentos, porque há muita incerteza quanto ao retorno.” Com queda de 5,3% na Formação Bruta de Capital Fixo, a taxa de investimento no País ficou em 16,5% no segundo trimestre, pior resultado para esse período desde 2006.

“Não fizemos os investimentos que deveríamos ter feito durante a crise. O PAC está atrasado e a economia asfixiada pela tributação”, afirma William Eid, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Na avaliação de Eid, a política econômica adotada pelo governo Dilma não promoveu as reformas necessárias para fazer a economia crescer. “A infraestrutura do País é altamente problemática e não somos competitivos em relação a outros mercados. Nosso nível de desempenho econômico é fraquíssimo.”

Recuperação

Sem os feriados causados pela Copa do Mundo e o próprio evento, a economia deve apresentar ligeira recuperação neste segundo semestre, diz Fábio Gallo, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Com a Copa, muitos eventos que acontecem nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro – e movimentam a economia - foram postergados.

Segundo ele, o modelo de incentivo ao consumo está desgastado e o governo tem que levar a economia a ter uma taxa de investimento de 24% para atingir um crescimento de 4% ao ano.

“O pior é o discurso de que há pessimismo, de que a economia tem bons sinais [de recuperação]”, diz Gallo. “Infelizmente, a queda do PIB já era esperada. Pelo menos pode ser que esse seja o fundo do poço e tenhamos alguma leve recuperação em breve.”

Fonte: Terra
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