Panorama: cautela prevalece antes de Bernanke
<br/><br />O governo da Grécia sobreviveu ao voto de confiança no parlamento e agora deve aprovar um pacote de medidas de austeridade fiscais, mas alívio ainda é uma sensação distante no mercado financeiro, que hoje conhece o resultado da reunião de dois dias de política monetária do Federal Reserve (FED, banco central americano), seguido de discurso do seu presidente, Ben Bernanke.<br /><br /><br />Em comentários no início do mês, Bernanke minou o humor nos negócios ao reconhecer a desaceleração da atividade nos Estados Unidos sem dar sinais de novos estímulos. Desde então dados seguiram mostrando debilidade naquela economia - na visão de muitos analistas a principal fonte de incerteza e nervosismo de investidores diante da perspectiva do fim da segunda rodada de "quantitative easing" no final deste mês.<br /><br /><br />Nas praças acionárias, o tom de cautela se refletia com a queda de 0,3% - 3,90 pontos - do futuro do norte-americano S&P-500 e com o declínio de 0,58% do europeu FTSEurofirst 300 às 7h45, uma vez que há expectativa de que Bernanke não indique novos estímulos no curto prazo e ainda cite que houve uma piora na recuperação dos EUA.<br /><br /><br />O FED, aliás, também divulgará suas previsões sobre o PIB americano. A decisão será conhecida às 13h30 (horário de Brasília) e Bernanke falará às 15h15.<br /><br /><br />De volta à Europa, o parlamente grego aprovou o voto de confiança ao governo do país, modificado pelo primeiro-ministro, George Papandreou, para promover uma resolução por trás de um doloroso programa de austeridade. O placar ficou em 155 votos a favor, ante 143 contra e duas abstenções. Todos os deputados do Partido Socialista de Papandreou votaram junto com o governo.<br /><br /><br />O porta-voz do governo francês Francois Baroin disse que o voto de confiança dado ao governo grego abre caminho para uma decisão sobre um novo pacote de resgate ao país no encontro da União Europeia na quinta e sexta-feiras. "A votação do Parlamento grego claramente é um importante passo", afirmou Baroin após reunião com o gabinete. "Não aceitaremos qualquer incidente de pagamento ou default (calote)."<br /><br /><br />Na Ásia, recuperações técnicas e a repercussão à aprovação do gabinete grego ajudaram o Nikkei a registrar o maior ganho diário em três semanas, com alta de 1,79%. Ações do setor financeiro permitiram ao índice da bolsa de Xangai encerrar com acréscimo de 0,11%. O MSCI de ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão ainda ganhava 0,39%. O índice MSCI para ações globais por sua vez oscilava ao redor da estabilidade, com variação negativa de 0,01%. E o MSCI para emergentes subia 0,22%.<br /><br /><br />Entre as moedas, o índice DXY, que mede o valor do dólar ante uma cesta com as principais divisas globais, verificava acréscimo de 0,33%, enquanto o euro recuava 0,17%, a US$ 1,4374. Ante a moeda japonesa, o dólar situava-se praticamente estável, a 80,23 ienes. Nesse contexto, o petróleo transacionado nas operações eletrônicas em Nova York apresentava queda de 0,66%, a US$ 93,55 o barril.<br /><br /><br />Na cena brasileira, a ausência de negócios na quinta-feira por feriado de Corpus Christi deve adicionar cautela aos negócios nesta sessão, uma vez que Wall Street funcionará normalmente, Da pauta local, dados de desemprego e fluxo cambial devem ser analisados.<br />
