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Pessoa Fisica

EUA: apesar de tensão na Síria, títulos são atrativos

4 set 2013 - 07h31
(atualizado às 07h31)
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A iminência da intervenção internacional na Síria liderada pelos Estados Unidos vem desestabilizando o mercado financeiro mundial. O cenário de lenta recuperação dos norte-americanos é ameaçado pela possibilidade de guerra, que pode fazer com que as contas públicas do país voltem ao vermelho. Nos últimos dias, o rendimento do Tesouro americano já demonstrou queda e o apetite por novas compras de títulos também diminuiu no país. Contudo, apesar do pessimismo, a confiabilidade dos títulos americanos ainda atrai brasileiros, que, segundo especialistas, podem continuar investindo no ativo. 

A diminuição do rendimento dos títulos públicos não significa que eles tenham se tornado um mal negócio, segundo o professor de relações internacionais da Universidade Católica de Brasília (UCB) Creomar Lima Carvalho de Souza. Apenas é necessário que os investidores - tanto pessoa física quanto jurídica - tenham mais prudência. Para enfrentar as incertezas geradas pelas tensões no Oriente Médio, é preciso diversificar a carteira de investimentos. A venda de ações, por exemplo, vem subindo nos Estados Unidos, o que sinaliza que, se o investidor tem experiência, pode apostar também nesse ativo. 

Transparência

A tradicional transparência do mercado financeiro norte-americano - frente à incerta política econômica brasileira - torna os títulos públicos norte-americanos os mais seguros do mundo, como ressalta o professor de relações internacionais do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge) Gilson Queiroz. Para ele, as tensões na Síria não são a causa que abala o rendimento do Tesouro americano. "A economia americana ainda está em recuperação. Todo o título público de renda fixa, por ser mais seguro, tem rentabilidade mais baixa", diz Queiroz.

O temor de que a economia norte-americana seja desestabilizada com a iminência da intervenção na Síria é reforçado pela memória da Guerra do Afeganistão, iniciada em 2001 e  que abalou as finanças do país. O coordenador do curso de relações internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado, Marcus Vinícius de Freitas, explica que a incerteza quanto à posição de alguns países - em especial Rússia e Irã - gera a desestabilização dos Estados Unidos. 

Tradicionalmente aliada à Síria, se a Rússia interviesse na guerra, obrigaria o país norte-americano a expandir seus laços militares, o que causaria um custo político e econômico. Já o Irã gera um nervosismo por historicamente ser um país que não mantém relações diplomáticas com os Estados Unidos. "Qualquer movimentação bélica tira o foco dos problemas econômicos dos Estados Unidos", diz Freitas.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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