Trigo e derivados: 50% do que o brasileiro consome é produzido aqui, e tanto o trigo importado quanto o brasileiro sofrem influência do dólar. Mas o repasse não acontece imediatamente, pois os moinhos trabalham com estoque
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Eletroeletrônicos: celulares, computadores e tablets importados sofrem impacto imediato com a alta. Já os produzidos no Brasil, têm repasse nos seus componentes de fabricação, mas não chega a mexer no preço final
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Azeite de oliva: o Brasil importa da Europa e de países do Mercosul o óleo bruto e o refinado. O repasse para o consumidor brasileiro dependerá da estabilização do dólar e dos contratos de longo prazo firmados com os fornecedores
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Tintas: do custo de matérias-primas das tintas brasileiras 60% é dolarizado, o que reflete nos custos de fabricação. Mas o repasse do aumento não é imediato e dependerá de quanto cada fabricante pode segurar seus preços
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Combustível: o Brasil importa petróleo em dólar, mas o repasse da alta depende de políticas do governo, pois o combustível tem grande papel na formação dos índices de preços. Por isso, especialistas acreditam que dificilmente haverá aumento imediato
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Lentes de contato: as descartáveis são importadas pelo Brasil, e as duras são produzidas aqui, mas com matéria-prima é importada. Por isso, ambas podem sofrer aumento de preços, especialmente se o dólar continuar a subir
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Medicamentos: tanto os produzidos no Brasil quanto os importados podem sofrer influência da alta da moeda americana. Porém, o aumento ocorreria apenas em 2014, já que os valores são ajustados uma vez por ano e tabelados
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Brinquedos: cerca de 55% dos brinquedos vendidos no Brasil são importados de países como China, Indonésia, Malásia, Hong Kong e Dinamarca, por isso, pode haver aumento, o que pode beneficiar a produção interna
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Vinho: é provável que haja um reajuste imediato no preço dos vinhos importados no País. Já no vinho nacional, o repasse pode ocorrer em consequência da importação de insumos da produção, como rolhas e garrafas
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Pneus: o impacto da valorização do dólar no pneu importado é direto. Porém, o repasse é gradativo, para evitar a perda de mercado. No caso do pneu nacional, vai depender da porcentagem de látex importado utilizado na produção
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A valorização do dólar não preocupa apenas quem vai para o exterior. Quando a alta da moeda norte-americana se acelera, logo vem a dúvida: o que mais vai encarecer para os brasileiros? Para saber se o repasse será imediato ou não, o professor de finanças públicas da Universidade de Brasília (UnB) e membro do Conselho Federal de Economia, Roberto Piscitelli, ensina que é preciso conhecer a essência do produto. “Em produtos com uma demanda inelástica, como os derivados do trigo: pães, biscoitos ou massas, a alta é repassada, pois são bens de consumo básico, e o consumidor acaba assumindo o repasse e não deixa de comprar”, explica.
A tendência é que o impacto seja maior nos setores em que os produtos finais são importados. Nos produtos que utilizam insumos de fora na fabricação, o aumento depende da proporção de matérias-primas importadas que fazem parte de sua composição. A economia do País também influencia se o repasse será total ou parcial, imediato ou gradativo. Apenas quando a economia está aquecida, a tendência é que o repasse aconteça imediatamente. “Se as vendas estiverem fracas e se existir muita concorrência, o comerciante acaba abrindo mão de uma parte de seu lucro para não aumentar o preço, ou repassa o encarecimento do dólar gradativamente, para não afastar seu consumidor”, afirma Piscitelli.
Para o professor, o aumento do dólar também oferece uma janela de oportunidades na recuperação da indústria nacional. O País volta a produzir e a crescer, e indústrias como a do vinho e de brinquedos podem ter suas vendas aumentadas, pois o preço do produto importado sobe e o do nacional permanece, tornando-se a opção mais em conta para o bolso dos brasileiros.
Veja, na galeria, dez produtos cujos preços são influenciados pela cotação do dólar.