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Pessoa Fisica

Cálculo do Ibovespa será modificado pela primeira vez

29 ago 2013 - 07h35
(atualizado às 07h35)
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Quarenta e cinco anos depois de seu nascimento, o cálculo do índice Bovespa (Ibovespa) deve mudar. As possíveis modificações do principal indicador do mercado de ações no Brasil serão apresentadas ao mercado até o fim de setembro e passarão a valer em 2014. Ainda não se sabe se as mudanças serão pontuais ou radicais. Mesmo assim, especialistas em investimento já estão atentos, apoiam mudanças e fazem suas apostas sobre possíveis novidades.

Desde 2012, um grupo composto por integrantes de diversos segmentos da indústria debate a nova realidade do mercado frente ao cálculo do Ibovespa, referência no mercado brasileiro como indicador do desempenho médio das cotações de ações. O formador de mercado Mozart Dornelles, sócio da Brasil Plural Corretora, acredita que o Ibovespa é mais voltado a investidores que são pessoa física. Empresas locais e investidores estrangeiros procuram por índices mais sofisticados, como o MSCI Brazil Index. Desde sua criação, o Ibovespa nunca sofreu modificações metodológicas. 

O analista de investimentos Marcelo Torto, da corretora de valores Ativa, acredita que desde o começo o Ibovespa é ineficiente, pois não reflete a realidade do mercado. "O Ibovespa dá um peso muito grande para a liquidez e não leva em consideração o tamanho da empresa", explica. Torto também aponta como defeito o foco em setores específicos da economia, como a mineiração, por exemplo, que não representa significativamente o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. 

Valor de capitalização

Entre os possíveis tópicos a serem aperfeiçoados, Dornelles diz que seus clientes gestores desejam que o valor de capitalização da empresa  tenha influência no peso da ação no cálculo do índice. Assim, quanto mais valorizada uma ação, maior sua participação no índice. "Hoje, em determinadas situações, o gestor é obrigado a comprar ações que não vão bem a médio ou longo prazo", explica.

O analista de investimentos Elad Revi, da corretora de valores Spinelli, acredita que a nova metodologia deve favorecer o mercado, abrangendo uma diversidade maior de setores e baixando a régua, incluindo mais empresas no índice. "Isso significaria um estímulo para o mercado investir em novos setores e em novas companhias", aponta. O novo cálculo deve se aproximar das metodologias na Europa e nos Estados Unidos. "Estamos crescendo, nos fortalecendo, precisamos de uma estrutura de cálculo mais madura", acredita. 

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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