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TAM: demissões são resposta à alta nos custos do setor aéreo

27 ago 2013 - 07h32
(atualizado às 07h32)
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O setor aéreo brasileiro vem passando por uma fase turbulenta nos últimos meses. O desaceleramento da economia brasileira, atrelado ao encarecimento do dólar e a menor procura por passagens por parte da classe média, levou companhias aéreas a tomar medidas de adequação. No dia 30 de julho, a TAM Linhas Aéreas iniciou uma negociação com o Sindicato Nacional do Aeronautas (SNA) para realizar um ajuste em seu quadro de funcionários na tripulação dos aviões. No dia 7 de agosto, a companhia informou que os aeronautas aprovaram o Programa de Reestruturação de Adesão Voluntária, que teve seu prazo de adesão encerrado em 21 de agosto.

A TAM informou que o processo de demissão de 811 tripulantes foi iniciado para manter a sustentabilidade do negócio, que passa por uma alta em seus custos e teve de diminuir sua oferta de voos em 12% no mercado doméstico, de 2011 até o momento atual. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) avalia que a situação econômica das empresas aéreas é conjuntural, o que ocasiona a adoção de medidas de adequação à nova realidade, como a redução de oferta com o intuito de ampliar a taxa de ocupação nos voos.

Segundo o secretário geral do SNA, Adriano Castanho, o sindicato é contra qualquer tipo de dispensa, mas aceitou o acordo com a TAM considerando o cenário atual do setor e porque o programa pode assegurar o retorno do aeronauta à companhia. “Nos últimos anos, as demissões no setor não têm ligação apenas com a gestão das empresas, mas também a fatores econômicos, que agridem exponencialmente o setor de aviação no País”, explica. Quanto ao programa, o secretário explica que diminui o impacto das demissões para os funcionários, pois garante todos os direitos rescisórios, como multas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), além de oferecer valores extra rescisórios e benefícios temporários, como plano de saúde e passagens aéreas.

Aumentos pontuais

Quando a economia está aquecida, estima-se que a cada 1% de elevação do PIB brasileiro, a demanda de passagens aéreas sobe 3%. No atual momento, de desaquecimento, as perspectivas se invertem. Para o professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), Gilson de Lima Garófalo, a situação é bastante complexa: as empresas aéreas não se encontram em situação favorável, e os prejuízos vêm se agravando por diversos fatores, como a elevação do preço do querosene de aviação, que é cotado em dólar, a valorização do dólar, a queda da procura - pois a classe média se encontra altamente endividada.

Segundo estudo conduzido por Garófalo, essas medidas existem para que se evite um aumento nos preços das passagens, pois a cada acréscimo de 10% nas tarifas, a procura diminui 14%. Deste cenário, o consumidor pode esperar aumento na ocupação dos aviões, devido à diminuição do número de voos, que já vem ocorrendo. "Se houver um aumento nas tarifas, será pontual, em rotas onde a demanda é grande e constante”, alerta.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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