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Para sua viagem

Mesmo no Mercosul, brasileiro deve fazer câmbio do real

21 mai 2013 - 07h04
(atualizado às 07h31)
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O turismo entre os países do Mercosul é intenso: de acordo com números do Ministério do Turismo brasileiro, os argentinos são os principais visitantes do Brasil (29,33%), à frente dos Estados Unidos, segundo colocado e responsável por 10,95% dos viajantes. O terceiro é o Uruguai, com 4,81% dos visitantes. Os países do Mercosul, na soma, são responsáveis por 46,54% das viagens internacionais ao Brasil. Ainda assim, quem viajar para o exterior, mesmo que para os vizinhos do Mercosul, deverá efetuar o câmbio da sua moeda nacional pela moeda do país de destino.

Há uma importância estratégica em manter as boas relações com os vizinhos. Os argentinos também são os que mais visitam o Uruguai (69,43%). Já os brasileiros foram os estrangeiros que mais viajaram à Argentina em 2012 - 817.198 visitas, 31,82% do total -, seguidos pelos chilenos - 220.592 visitantes, 8,59%. Nestes roteiros pelo continente, cada país tem uma moeda para chamar de sua.

Em nome das suas políticas monetárias, os países vetam a utilização de dinheiro estrangeiro em seus territórios. De acordo com informações do Banco Central Brasileiro (BCB), a liberação do uso de moedas estrangeiras no mercado interno poderia causar um sério descontrole da quantidade de dinheiro circulando, o que, por sua vez, impediria o governo de aplicar uma política monetária efetiva. “Isso impossibilitaria o combate à inflação, por exemplo”, comenta o órgão que tem por missão assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda brasileira e um sistema financeiro sólido e eficiente. Esse não é o caso de países que possuem uma moeda unificada, como no caso da Zona do Euro.

O BCB ressalta que a decisão de aceitar ou não a livre circulação de uma moeda estrangeira no comércio interno cabe unicamente ao governo de cada país e, ainda que raro, há locais que aceitam a prática. A Argentina, por exemplo, aceita a utilização de dólar e euro. “Ainda que essas moedas sejam geralmente aceitas, o câmbio de moeda estrangeira para moeda nacional se faz em bancos e casas autorizadas para esse fim”, aconselha o governo da Casa Rosada.

No mercado informal, o visitante até pode encontrar utilidade para o dinheiro de seu próprio país em território estrangeiro. Assim, é possível que em Montevidéu, Buenos Aires ou Santiago del Chile o turista brasileiro consiga pagar os suvenires de viagem com notas de real. Mas o Banco Central relembra que o viajante que efetuar compras fugindo às regras locais estará sujeito à fiscalização.

Responsável pelo Departamento Internacional da agência de viagens Mercosul Tours, Paloma Gesing desaconselha os visitantes a seguirem o caminho da informalidade. “É importante, inclusive, guardar o comprovante da troca de moedas, para uma eventual necessidade”, afirma. Ela ressalta que esse tipo de transação informal acontece especialmente em zonas fronteiriças, devido à maior circulação de moedas das nações vizinhas. Nesses locais, o câmbio - formal e informal - é facilitado pela proximidade.

Porém, o Banco Central salienta que é o mercado do câmbio que decide que moedas vai converter, por isso, quanto mais distantes os países e menos rodadas as moedas no mercado local, mais difícil a conversão. Nesses casos, utiliza-se o dólar ou o euro, consideradas “moedas conversíveis”. “Em muitos lugares o real não vai servir para nada, então é interessante já fazer a troca por dólares ou euros no Brasil”, afirma Paloma.

Compras em cartão de crédito estarão sujeitas à conversão da operadora do cartão, além do acréscimo de 6,38% de Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF). Uma boa alternativa é a utilização de cartão pré-pago, sob o qual não incide IOF e que, quando utilizado na modalidade débito, não cobra taxas.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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