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Operações Empresariais

Vencedores do leilão de Libra já operam na Venezuela

5 nov 2013 - 07h35
(atualizado às 07h35)
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O Campo de Libra, cuja exploração de petróleo foi leiloada recentemente no Brasil, não foi a porta de entrada de empresas estrangeiras na América Latina. Venezuela e Colômbia já compartilham a exploração e produção com estrangeiros. Entre as empresas vencedoras do leilão brasileiro, por exemplo, estão grandes parceiros do setor petrolífero venezuelano: a francesa Total e as chinesas CNOP e CNOOC exploram, refinam e produzem o óleo na Venezuela. A norte-americana Chevron, a norueguesa Statoil, a espanhola Repsol e as russas Rosneft e Gazprom são outros dos investidores estrangeiros, que têm participação em 60% dos barris gerados pelo país. Segundo o último levantamento disponível da BP (British Petroleum), de 2012, os venezuelanos têm a 11ª maior produção do mundo, com 2,72 milhões de barris/dia. Outro importante produtor de petróleo sul-americano também abriu suas portas ao capital externo: responsável por 1,2% da produção mundial, a Colômbia tem investimento estrangeiro crescente, que já passou dos US$ 3 bilhões (R$ 6,6 bilhões) só esse ano.

Chefe da missão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) na Venezuela, Pedro Barros relata que o setor petrolífero venezuelano, que havia sido grande entre as décadas de 1930 e 1970, voltou a crescer desde a chamada “abertura petrolífera”, em 1992. Com isso, foi permitida a associação de empresas estrangeiras à estatal venezuelana PDVSA, principal operadora, com participação mínima de 50%. Assim como os recursos petrolíferos, a totalidade das ações da PDVSA pertence ao Estado.

Durante o governo de Hugo Chávez, houve alterações nos formatos de associação. Hoje a participação do capital privado - seja nacional ou estrangeiro - é permitida por meio de empresas mistas com a CorporaciónVenezolana de Petroleo (CVP), filiada da PDVSA, que responde geralmente por 60%.

Os principais investimentos estão na Faixa Petrolífera do Orinoco, atestada pela Organização do Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como a maior reserva de petróleo pesado e extrapesado do mundo.

Upgrade

“A Venezuela nunca vetou a participação estrangeira no setor petroleiro”, afirma Barros. Ainda assim ele acredita que a abertura de 1992 permitiu um upgrade tecnológico na produção, a recuperação de campos inativos e a qualificação do petróleo venezuelano. “Mesmo com o ‘nacionalismo de recursos’ do chavismo, houve grande esforço para a certificação das reservas da Faixa Petrolífera do Orinoco e para a atração de grandes empresas para os novos campos dos quatro grandes blocos da área”, diz.

Foi essa entrada de investimentos que fortaleceu a produção petrolífera venezuelana, acredita Barros. O setor atualmente é bastante tributado e os excedentes são destinados, normalmente, a setores como saúde e habitação. “Nas décadas anteriores, a tributação era muito menor, particularmente nos anos 1990. Historicamente, havia um nível de reinvestimento relativo maior no próprio setor petroleiro”.

A entrada de Nicolás Maduro no poder deve manter a produção venezuelana crescente, sendo previsto um substancial aumento na década de 2020.

Colômbia

Em 2012, a Colômbia atingiu um recorde de investimento estrangeiro no país, sendo ele essencialmente no setor petrolífero. Foram US$ 5,4 bilhões, ou R$ 11,8 bilhões, entrando na economia nacional devido ao petróleo. Nos dois primeiros trimestres deste ano, o montante já passou dos US$ 3 bilhões. Gás e petróleo correspondem a 5% do produto interno bruto (PIB) colombiano. Segundo o Ministério de Minas e Energia do país, o investimento estrangeiro direto na mineração quintuplicou em uma década.

Para trazer ainda mais investidores de fora do país, o governo precisa lidar constantemente com a resistência das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), contrário à entrada de multinacionais no setor. O grupo já realizou centenas de ataques a oleodutos e poços de petróleo, o que gera receio nos investidores.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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