Setor tabagista pode bater recorde de R$ 7 bi em exportações
Após um recorde histórico no ano passado, as exportações do tabaco brasileiro têm novamente uma boa previsão. Ainda que não se saiba ao certo os resultados de 2013, é possível que os números superem os US$ 3,26 bilhões de 2012 - mais de R$ 7 bilhões. O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke, afirma que, pelo que foi constatado nas pesquisas realizadas com a PricewaterhouseCoopers (PwC) em março e em agosto, o setor está em um patamar estável, com variações entre -2% e +2% em dólares.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os principais parceiros da indústria tabagista nacional são a União Europeia (compradora de 40% da parcela exportada em 2012) e o Extremo Oriente, com pouco mais de um quarto, seguidos de América do Norte, Leste Europeu, África, Oriente Médio e América Latina. Somente a venda para os europeus movimentou US$ 1,3 bilhão no ano passado, equivalente a R$ 2,8 bilhões. A China comprou quase meio bilhão de dólares em tabaco brasileiro e é o principal país importador. Os belgas vêm na sequência, com quase US$ 400 milhões, seguidos dos norte-americanos, que importaram US$ 369 milhões. Rússia, Holanda, Alemanha, Polônia e Indonésia também foram parceiros importantes no ano passado.
Para 2013, a participação da Bélgica irá crescer. O país foi o principal comprador até setembro e mesmo antes do fim do ano o volume em dólares já é 13% maior. Quem também já superou os índices de 2012 são as Filipinas. Estados Unidos e China seguem como fortes importadores e devem crescer no último trimestre.
Os chineses consomem 38% dos cigarros do mundo, segundo dados do Tobacco Atlas, de 2009. Quando se trata de cigarros per capita, o leste europeu lidera a lista. Nove dos dez primeiros lugares são ocupados por países da região, sendo a Sérvia o primeiro (2.861 cigarros per capital consumidos anualmente). O Brasil é o 94º neste ranking.
Líder há 20 anos
Há 20 anos o Brasil é o principal exportador de tabaco. Schünke atribui os resultados à qualidade do produto nacional, que é limpo e pensado com responsabilidade social, afirma. O Sinditabaco já planeja uma expansão para o ano que vem. A expectativa de aumento de 2% a 6% na área plantada pode representar um crescimento em 2014, caso as condições climáticas contribuam.
A região Sul é a principal produtora e exportadora do país. Com 354 mil toneladas, o Rio Grande do Sul responde por metade da produção. Somado a Santa Catarina e Paraná, os três estados produzem 96% do tabaco brasileiro e exportam 98,5%. Quase 13% das exportações gaúchas vêm do setor, percentual pouco maior que o catarinense e bem superior ao do Brasil - a participação do produto nas exportações brasileiras é de 1,34%.