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Operações Empresariais

Setor educacional do Brasil atrai investidores estrangeiros

25 out 2013 - 07h30
(atualizado às 09h48)
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O aumento na procura pelo ensino superior e o dinamismo da economia nacional são os motivos que tem tornado o setor da educação brasileira atraente para investidores estrangeiros. As formas de investimento variam desde ações na bolsa até a compra de instituições brasileiras por parte de grupos internacionais

Faz parte desse contexto do desenvolvimento do País, que passou a demandar mais qualificação do jovem que quer se manter no mercado de trabalho. O consultor da área educacional do Grupo Standard Consultoria, Bruno Thizon Menegali, cita ainda o incentivo que o governo passou a dar, nos últimos 15 anos, para abertura da educação superior privada, devido à nova demanda mercadológica. “Passou a existir uma demanda que as universidades públicas não conseguiam, e ainda não conseguem, suprir. Diminuindo a burocracia para a abertura de faculdades, o governo incentivou o desenvolvimento da educação como um negócio, o que atraiu investidores do mundo”, explica.

Quando uma instituição abre seu capital, abre também o caminho para os estrangeiros investirem em seus portfólios (quando há compra de menos de 10% das ações da empresa e não há participação na administração). Outra maneira é o fundo de Private Equity, onde fundos investem em empresas de capital fechado, alavancando seu desenvolvimento, em geral comprando participação em negócios existentes. Os investidores também podem adquirir capital da empresa brasileira diretamente com ela, por meio de fusões, por exemplo.

Outra situação é o Investimento Estrangeiro Direto (IED), quando a matriz estrangeira de uma multinacional investe em sua filial no Brasil. Não existe um limite de ações que podem ter investimentos do exterior nem uma determinação de quanto capital do exterior pode fazer parte do faturamento do setor de ensino.

Bolsa

Atualmente o Brasil conta com três instituições de ensino de capital aberto na BM&FBovespa: a rede de faculdades Anhanguera, a Kroton Educacional e a Estácio Participações. Mesmo que o capital nacional ainda prevaleça no setor, especialistas já divergem sobre os efeitos dessa abertura na economia e na qualidade do ensino. Menegali acredita que o controle do setor deve continuar com os investidores nacionais, pois a educação não deve ser tratada como um negócio. “Já para a economia nacional não vejo malefícios, pois traz a possibilidade de novos investimentos”, acrescenta.

Para o presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), Reginaldo Alexandre, a qualidade pode melhorar. “Quando se tem mais capitais envolvidos, uma gestão melhorada e recursos que podem ser investidos em pesquisas e aprimoramentos, há uma profissionalização da gestão educacional”, aponta. Alexandre também destaca que uma empresa de capital aberto é mais  transparente e melhor controlada. “Elas publicam balanços financeiros, têm auditorias, estão sujeitas a muito mais controle, legislações e regulações. No geral, são melhores estruturadas”, conclui.

Mas há o outro lado. Para o economista e professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Mauro Rochlin, o efeito pode ser o contrário: muitas vezes o investimento do exterior não vem aliado à questão educacional, o que pode causar uma massificação do ensino, buscando quantidade e não qualidade. “Neste cenário, é importante uma atuação do Estado na regulamentação desse investimento. É difícil que se invista em pesquisas, porque os resultados são de longo prazo e retornos incertos, o que não é de interesse de quem investe na bolsa, por exemplo. Se for regulamentado, talvez possa trazer benefícios ao ensino”, opina.

Fusões

Em agosto, a americana Laureate associou-se com as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). A fusão ainda está em avaliação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que avalia o risco sobre a livre concorrência, visando a manter a diversidade e qualidade dos serviços educacionais. Nas avaliações do setor, além dos critérios legais previstos na lei 12.529/11, no Regimento Interno do Cade, observados em qualquer mercado, também contam os marcos regulatórios do Ministério da Educação e indicadores de qualidade do segmento.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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