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Operações Empresariais

Setor audiovisual atrai investimentos em dólar do exterior

16 out 2013 - 07h30
(atualizado às 07h30)
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O intercâmbio entre os setores audiovisuais do Brasil e do exterior vem crescendo significativamente nos últimos anos. Parcerias com os Estados Unidos e a possibilidade de investimentos externos em fundos para a produção audiovisual têm incentivado a produção brasileira e podem levar a uma qualificação no setor.

Marianna Souza é gerente executiva do FilmBrazil, projeto que busca internacionalizar a produção audiovisual. Ela afirma que a Lei 12.485/2011 foi importante para esse crescimento. A medida liberou a participação do capital estrangeiro com o intuito de aumentar a competitividade e a qualidade dos serviços e também incentivou a produção independente brasileira, determinando um tempo mínimo de programação nacional.

Comum nos Estados Unidos, os fundos de investimento para produtoras ainda são incipientes no Brasil, mas demonstram potencial, afirma Marianna. Nesse processo, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) ajuda as empresas diagnosticando possíveis parceiros investidores com interesse no Brasil. André Sturm, presidente da Cinema do Brasil, vê os fundos como importantes. “O cinema como algo rentável só funciona no volume”, afirma, destacando que eles possibilitariam o investimento em uma grande quantidade de filmes, o que cobriria o gasto com possíveis fracassos.

O crescimento do setor audiovisual anima Marianna. De 2011 para 2012 o salto foi de 55% no volume de obras publicitárias estrangeiras produzidas no país - passando de US$ 11,5 milhões para US$ 23,5 milhões (R$ 51,2 milhões) de faturamento. Deste volume, 40% é representado pelos Estados Unidos, seguidos por Inglaterra (28%), Japão, França e Alemanha. São Paulo é o principal destino de produção, com 60% delas. Já o Rio de Janeiro responde por 38%.

Muito disso se deve à Copa do Mundo e às Olimpíadas, que serão realizadas no Brasil. Depois dos eventos esportivos, entretanto, não se sabe os rumos da produção, mas dificilmente se atingirá os elevados índices do último ano. “É possível que até 2016 seja mantido um crescimento entre 5 e 10%”, acredita Marianna.

Se os investimentos são crescentes e importantes, Sturm ressalta que eles ainda estão abaixo do que podem vir a ser. O patamar de sucesso que o cinema nacional atingiu não condiz com a maneira como o mercado externo vê a produção brasileira. A recepção do filme no exterior ainda é pequena, assim como o número de coproduções. Mesmo assim, Sturm afirma que, nos últimos cinco anos, houve mais coproduções com o Brasil do que nos 20 anos anteriores.·       

Intercâmbios

Assinado no início de outubro, o acordo entre o Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sicav) e a norte-americana Producers Guild of America (PGA), associação sem fins lucrativos de produtores de cinema e televisão e novas mídias, propõe uma troca de conhecimento e tecnologia com os Estados Unidos. Paulo Ribeiro, professor de cinema na Universidade Estácio de Sá, afirma que o cinema no Brasil vem sendo cada vez mais respeitado, o que leva a uma maior preocupação com a qualidade da formação do profissional. Os Estados Unidos continuam sendo o melhor parceiro a se buscar no setor. Porém, Ribeiro afirma que franceses e australianos têm se aberto bastante, e o mercado japonês se destaca, principalmente no que tange à tecnologia.

O acordo assinado com a PGA pode colocar o audiovisual brasileiro em contato com um mercado rico em tecnologia e inovação. Em entrevista à Agência Brasil, um dos diretores do Festival do Rio, Marcos Didonet, disse que a parceria representa perspectivas de coprodução e possibilidades de financiamento com produtoras do mundo todo. Entretanto, Sturm acredita que não deve haver uma alavancagem das coproduções: o mercado americano está em um nível de produção e de recursos muito superior e a cooperação deve ser pequena, apesar de importante. Coproduções com França, Alemanha e Canadá, por exemplo, tendem a ser mais prováveis.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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