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Operações Empresariais

Sem novidades, exportações brasileiras não devem crescer em 2014

1 jan 2014 - 07h30
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O próximo ano não trará novidades no cenário exportador brasileiro, dizem especialistas. Estimativas da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) apontam queda de 0,4% em relação a 2013, ficando em aproximadamente US$ 239 bilhões. Além disso, os principais produtos que sustentam a estatística – minérios de ferro, commodities (mercadorias) agrícolas, petróleo – devem permanecer os mesmos.

No entanto, a avaliação da AEB sobre a balança comercial para 2014 é mais otimista. Considerando um superávit de US$ 704 milhões em 2013, a instituição prevê aumento de 926% no próximo ano, alcançando US$ 7,2 bilhões. O resultado é explicado pela diminuição de importações, sobretudo pela elevação da taxa cambial. A opinião também é compartilhada pelo professor de Economia da UFRJ Luiz Carlos Prado. “Foi um ano atípico”, diz.

Um dos produtos responsáveis por isso foi o petróleo. O produto em sua forma bruta reduzirá as exportações em aproximadamente 37% ao final desse ano em relação a 2012, totalizando US$ 12,8 bilhões. Prado indica as paralisações na produção como grandes responsáveis pela queda. A perspectiva, no entanto, é de que esses problemas não ocorram com frequência em 2014, o que contribuiria para a recuperação das exportações. A AEB aponta crescimento de 49,6%, ou seja, ficará em US$ 19,2 bilhões.

As exportações de commodities agrícolas são preocupantes para 2014. O preço dos produtos, que são fixados pelo mercado internacional, não sofrem grandes mudanças. No entanto, os valores do comércio exterior brasileiro devem ser impactados pela desvalorização do real. A queda pode ser compensada por novos recordes de safras de várias mercadorias.

Por que as exportações não crescem

Confirmadas as projeções da AEB para 2014 e as estimativas para dezembro, o Brasil terá manutenção de valores de exportação pelo terceiro ano consecutivo. Em 2012 e 2013, os números foram de US$ 242,5 bilhões e US$ 239,9 bilhões, respectivamente. Para Prado, o aumento de exportações depende mais do comportamento do mercado mundial do que os esforços brasileiros. “O mundo não cresce muito. Não há expansão de renda em muitos países”, afirma.

Por outro lado, Otto Nogami, professor de Economia do Insper, afirma que as exportações brasileiras não crescem por uma soma de problemas, entre eles a falta de investimentos públicos e privados no setor produtivo e a ineficácia no transporte das mercadorias. Nogami acredita em uma balança comercial negativa em 2014. “As características do comércio exterior brasileiro mostram que, exportando mais, o país passa a também importar mais”.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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