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Operações Empresariais

Pouco presente no Brasil, euro tem cotação balizada ao dólar

7 nov 2013 - 07h33
(atualizado às 07h33)
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Passados quatro anos da crise na zona do euro, o futuro do cenário econômico europeu ainda é incerto e a moeda inspira pouca confiança. O mercado cambial mundial prefere caminhar em direção ao dólar, que parece se recuperar antes do euro. Ainda assim, com relação ao real, a moeda - hoje cotada em R$ 3,03 - se apresenta mais valorizada que há cinco meses. Até junho, a moeda não passou dos R$ 2,80. Por outro lado, no mês de agosto houve uma valorização, quando o euro chegou a estar cotado em R$ 3,27. A variação nos dois últimos meses foi bem menos intensa e a cotação da moeda fica próxima dos R$ 3.

Professor de economia do Insper, Otto Nogami explica que a cotação do euro com relação ao real está balizada na do dólar. É a relação entre as moedas norte-americana e europeia que estabelece o valor do euro para o mercado brasileiro. “À medida que a nossa moeda tem como balizador o dólar, o valor do euro se estabelece numa arbitragem indireta”, afirma Nogami. Ou seja, sabendo quantos dólares seriam necessários para comprar um euro, é possível descobrir, a partir da cotação do dólar com relação ao real, a quantidade de reais exigidos para a compra de um euro. Uma vez que a moeda americana é referência para grande parte das cotações, essa lógica pode ser aplicada para a maior parte das moedas.

O professor de economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e de MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Nassif explica que quando o dólar se desvaloriza em relação às duas moedas, mas o euro se valoriza mais que o real em relação à moeda americana, os europeus saem com a moeda valorizada em relação ao real. O impacto de valorização do euro em relação ao real será proporcional à valorização do euro em relação ao dólar.

A quantidade de negócios em euros no Brasil não é tão grande quanto a de dólar, diz Nogami. O último relatório de reservas internacionais do Banco Central, divulgado em 2012, indicou que apenas 4,9% da alocação de moedas estrangeiras correspondem ao euro. Enquanto isso, o dólar americano tem quase 80% de participação e o canadense 6%. Se seguem ao euro, o dólar australiano, a libra esterlina e o iene. Entre 2003 e 2005, a parcela da moeda europeia nas reservas cambiais brasileiras era superior. Segundo o relatório do Banco Central, foi a liquidação do empréstimo contraído no Fundo Monetário Internacional (FMI), ocorrida há 8 anos, que gerou ao dólar norte-americano um aumento proporcional. 

De acordo com o professor Nogami, atualmente a maior parte das transações em euro se dá apenas por câmbio manual para viagens internacionais. “O mercado cambial é tipicamente dolarizado”, afirma. O cenário pouco deve mudar nos próximos meses, uma vez que a crise europeia não está resolvida. Há uma perspectiva de melhora, que poderia aumentar a credibilidade do euro, acredita Nogami. Entretanto, a apreensão ainda persiste.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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