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Operações Empresariais

Pesquisa aponta para ano ruim do comércio exterior no País

21 mar 2013 - 07h07
(atualizado às 07h07)
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Após crescer abaixo do esperado em 2012, as projeções em relação ao comércio exterior brasileiro para este ano também não são otimistas. Os resultados de um importante indicador econômico apontam para isso: o volume das importações e exportações brasileiras via marítima cresceu apenas 2% em 2012, na comparação com 2011, conforme pesquisa da empresa Maersk Line. O valor passa longe do estimado pelo setor ainda no ano passado, um percentual que variava entre 5% e 6%.

Volume das importações e exportações brasileiras via marítima cresceu apenas 2% em 2012, na comparação com 2011
Volume das importações e exportações brasileiras via marítima cresceu apenas 2% em 2012, na comparação com 2011
Foto: Shutterstock

Os números podem não parecer muito significativos, porém, revela o vice-presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Fábio Faria, mais de 90% das exportações brasileiras são feitas por via marítima. Os resultados na área salientam, ainda, problemas mais amplos ligados a transporte e impostos. Como estas questões dificilmente serão resolvidas em um ano, devem levar o País a repetir o mau desempenho em 2013.

Segundo Faria, os principais pontos a serem observados para que o desempenho do comércio exterior melhore são os altos custos de produção e os problemas de infraestrutura no Brasil. “A carga tributária é alta e há excesso de burocracia. As empresas estão sufocadas”, analisa. Em relação à infraestrutura, o vice-presidente executivo da AEB não enxerga melhoras - especialmente em logística -, apesar das promessas do governo federal de investimentos em rodovias, ferrovias e aeroportos.

“Não vemos os anúncios virarem realidade. Assim, boa parte do preço paga os custos com logística, e não o produto em si”, revela ele. No ano passado, o governo federal garantiu investimentos em ferrovias e em reformas portuárias, mas tudo só deve ficar pronto em pelo menos uma década. “Estamos atrasados e defasados. O governo tem que ser mais ágil”, defende Faria, ressaltando a importância de se fazer melhorias nas questões de produção também fora das fábricas. Para facilitar as exportações e as importações via marítima, Faria diz que o governo deve investir nos portos e também promover melhorias no acesso a eles. Hoje, caminhões se enfileiram para entrar nos terminais, gerando atrasos e diminuindo a competitividade dos produtos nacionais.

Os principais fatores para o crescimento reduzido em 2012, porém, foram as crises europeia e norte-americana, que acabaram diminuindo a demanda pelos produtos brasileiros. “Houve queda na exportação de manufaturados e em preços importantes, como o do minério de ferro”, comenta Faria. De acordo com ele, a projeção para 2013 é a manutenção do nível de crescimento de 2012. Já o saldo da balança comercial, na avaliação da AEB, deve ter superávit 20% inferior ao de 2012 (US$ 14,6 bilhões, contra US$ 18,2 bilhões do ano passado), devido à alta de importações e a uma conservação da taxa de exportação.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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