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Operações Empresariais

Moeda chinesa ganha importância no mercado mundial

Yuan foi moeda que mais subiu no ranking Swift, a classificação das divisas mais utilizadas em pagamentos internacionais; dólar é líder

15 jul 2013 - 07h11
(atualizado às 08h07)
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No ranking das moedas mais utilizadas em transações internacionais produzido pela Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Globais (Swift - Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) referente a janeiro deste ano, o destaque não está nas primeiras colocadas. O resultado mais expressivo é o da 13ª colocada, o yuan. Entre janeiro de 2012 e janeiro de 2013, o uso da moeda chinesa aumentou 171%.

A Swift é uma cooperativa financeira internacional que reúne mais de 10 mil instituições financeiras e corporações em 212 países, e elabora um ranking das moedas mais utilizadas em transações internacionais. O euro ocupa a primeira posição, com uma fatia de 40,17% do percentual de pagamentos internacionais, seguido pelo dólar, com 33,48%, e pela libra esterlina, com um percentual bem menor - 8,55%.

O yuan, que foi utilizado em 0,63% das transações internacionais, ocupava a 35ª posição do ranking em outubro de 2010, e, em 2013, passou para 13ª, uma escalada de 22 posições em menos de três anos. A média de alteração das demais moedas é de cerca de 1,5 posição.

De acordo com a análise da Swift, até dez anos atrás, o mercado doméstico chinês era muito fechado aos investidores estrangeiros. O professor e coordenador da pós-graduação em Economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Frederico Gonzaga explica que o alto índice de uso da moeda corrente de um país significa que este tem uma economia sólida, e o uso da divisa acompanha a importância da economia do país no cenário mundial - o que está acontecendo com o yuan.

“Muitas vezes já se pensou que o dólar perderia importância, o que mesmo com a grande crise enfrentada pelos Estados Unidos não aconteceu. A moeda norte-americana continua como a ‘baliza’ da economia mundial”, afirma o economista. Segundo ele, isso se explica porque o volume de uso de uma moeda é afetado pela importância econômica e geopolítica do país, que não muda a curto prazo. Citado por Gonzaga como um bom exemplo de como as alterações na importância das moedas são relativas é o caso do Japão: “está estagnado há três anos, e no entanto, o iene continua bem posicionado (em quarto lugar). O Japão se mantém como a terceira maior economia mundial, este tipo de coisa não se altera tão facilmente”.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a China é a segunda maior economia mundial. Também é o maior exportador de commodities, o que explica a rapidez de crescimento do yuan. Para o economista, é difícil avaliar se esta tendência de crescimento acelerado se manterá a longo prazo, pois está fortemente ligada à importância geopolítica que o país ganhará nos próximos anos, mas a opinião do especialista é de que o país continuará a ganhar importância, assim como o uso de sua moeda.

A única moeda latino-americana presente na lista das 20 mais utilizadas publicada pela Swift é o peso mexicano, com uma fatia de 0,33%. Sétima maior economia mundial, a importância do Brasil tem aumentado nos últimos anos, mas ainda não é suficiente para que o real figure entre as 20 melhores colocadas (a lista completa não é aberta). Para Gonzaga, isso não deve acontecer tão cedo. “O Brasil tem uma grande importância econômica na América do Sul, mas não tem uma moeda tão utilizada a nível mundial, e não parece estar a caminho de uma grande mudança que modifique o cenário atual, se comparado à China, o País está patinando”, afirma.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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