PUBLICIDADE

Operações Empresariais

Jeans: exportação brasileira de denim cai nos últimos anos

15 out 2013 - 07h37
(atualizado às 07h37)
Compartilhar
Exibir comentários

Já imaginou passar uma semana se vestindo sem calça jeans? Peça essencial em guarda-roupas do mundo inteiro e usada por pessoas de todas as idades e estilos, o jeans tem como matéria-prima o denim, tipo de tecido feito de algodão, que tem seus fios tingidos com o corante anil (índigo). O Brasil é o terceiro maior produtor de denim do mundo, perdendo apenas para a China e para a Turquia. Porém, está apenas na nona colocação no ranking de maiores exportadores, perdendo para países como China, Estados Unidos e Índia.

O País já exportou mais denim. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), em 2012, o Brasil exportou pouco mais de 218 quilos do tecido e em 2009, o número foi de 277,5 quilos. O foco das exportações brasileiras é o Continente Americano, principalmente a América Latina. A capacidade instalada de produção do País por ano é estimada em 600 milhões de metros lineares. Cerca de 95% dessa produção é consumida internamente, colocando o País entre os três maiores mercados consumidores de denim no mundo.

O impacto mundial da flutuação do câmbio, o fechamento de mercados de países como a Argentina e a Venezuela e a concorrência desleal chinesa são fatores que contribuíram para a diminuição da exportação brasileira nos últimos anos. Para o diretor superintendente da Abit, Fernando Pimentel, o setor, que emprega mais de 300 mil brasileiros, foi prejudicado por acordos internacionais como o Tratado Americano de Livre Comércio (Nafta), pois o México passou a comercializar com os Estados Unidos com tarifa de importação zero. Para comercializar com o Brasil, o imposto chegava a 17,5%. “O Brasil tem potencial para ser um grande exportador, atendendo o mercado mundial e local do tecido. As empresas estão inovando, trabalhando com estilo e design. Precisamos da capacidade de investir sistemicamente e isso depende do governo, de um câmbio mais favorável à exportação e de um sistema tributário menos oneroso e complexo”, explica.

Concorrência

A invasão de produtos chineses no mercado mundial ocasionou uma concorrência desleal, pois o produto chinês tem um custo muito baixo. Segundo Pimentel, o produto fabricado lá fora estaria entre 20% e 30% mais barato. “Não falta investimento ou capacidade produtiva no Brasil, mas temos uma absoluta falta de isonomia concorrencial”, comenta. De acordo com ele, a melhora na exportação do setor depende também de acordos já iniciados com a União Europeia e de como a Argentina vai se comportar em relação a suas políticas de importação, pois é um grande comprador do denim brasileiro.

É preciso considerar também a Turquia, que sai na frente do Brasil pois tem imposto zero, comenta Alessandra Andrade Leonel, diretora de exportação da Cedro Cachoeira, presente no mercado de denim há mais de 30 anos e produzindo 4 milhões de metros lineares por mês, para vender para a Europa. “Além do problema da concorrência desleal com a China, o mercado externo é muito focado em distribuição e o Brasil perde porque, para exportar para a Europa, por exemplo, são no mínimo 60 dias entre produção e entrega. O mercado europeu demanda produtos de pronta-entrega”, explica. Mas apesar das dificuldades de exportação, a executiva afirma que o Brasil é referência na América Latina por ser muito inovador.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade