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Obama precisa de um negociador para secretário do Tesouro

ECONOMIA - Política Monetária

7 nov 2012 - 09h00
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A reeleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dá a ele uma segunda chance para colocar a economia americana num ritmo forte, mas para fazer isso ele precisa de um chefe do Tesouro com forte habilidade para fazer acordos e colocar a dívida recorde do país sob controle.

O presidente deve agir rapidamente para anunciar um sucessor ao atual secretário Timothy Geithner, que deixou claro que não continuará no cargo no segundo mandato de Obama. O novo capitão da economia americana terá um grande papel no desafio de conseguir um plano de corte de déficit que precisa passar pelo dividido politicamente Congresso, onde divisões profundas impediram que o presidente fizesse muito mais durante seu primeiro mandato.

"Esse secretário do Tesouro tem que nos guiar para um acordo. Precisa seralguém com credenciais sobre déficit e respeito de ambos os lados", afirmou o vice-presidente sênior para política na agência de pesquisa Third Way, Jim Kessler. "Precisa ser alguém que também desafie o partido do presidente."

No topo da lista de possíveis escolhas está o chefe de gabinete de Obama, Jack Lew, um especialista do governo em contabilidade que trabalhou como diretor orçamentário sob a administração de Obama e do ex-presidente Bill Clinton. Escolher Lew sinalizaria aos mercados financeiros que Obama está sério sobre diminuiu o déficit e reformar o código fiscal.

A dívida acumulada do país agora supera 16 trilhões de dólares e o déficit orçamentário ultrapassou US$ 1 trilhão pelo quarto ano seguido no ano fiscal de 2012, que terminou em setembro. No entanto, Lew, um ex-executivo do Citigroup, irritou parlamentares republicanos quando ele ajudou a mediar um acordo orçamentário de 2011 que limitou gastos discricionários e estabeleceu US$ 1,2 trilhão em cortes de gastos, um plano que tinha o objetivo de forçar parlamentares persistentes a solucionar suas amplas diferenças sobre a política orçamentária.

Alguns assistentes republicanos disseram que Lew não é um parceiro construtivo nas negociações, diferentemente de Geithner e o Chefe de Estado anterior de Obama, Bill Daley. Com os republicanos mantendo o controle da Câmara dos Deputados, Obama precisa desesperadamente de alguém que possa chegar a um acordo.

Erskine Bowles, que foi chefe de gabinete de Bill Clinton, preencheria essa lacuna. Bowles se tornou uma espécie de celebridade em Washington depois que Obama o colocou para trabalhar com o republicano Alan Simpson com a tarefa de criar um plano para cortar o déficit. A decisão de Obama de não endossar totalmente a proposta de Simpson-Bowles deixou os republicanos furiosos, mesmo com o plano pedindo por impostos mais altos, uma ideia que a maior parte dos republicanos se opõe.

A questão orçamentária mais imediata para Obama éevitar o chamado abismo fiscal de US$ 600 bilhões em aumentos de impostos e cortes de gastos, que irá atingir a economia americana no começo do ano que vem. Economistas preveem amplamente uma nova recessão se o Congresso não amenizar sua postura. Não está claro se Geithner ficará por tempo suficiente para ver um acordo que bloqueie as medidas de austeridade.

O novo secretário do Tesouro também precisa lidar com a crise da dívida da Europa e administrar as relações com a China, o maior credor dos Estados Unidos e o segundo maior parceiro comercial do país.

Fonte: Reuters News
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