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Nova classe média tem maioria feminina e branca

8 ago 2011 - 09h38
(atualizado às 12h07)
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Perfil elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República revela que a nova classe média brasileira, formada por 95 milhões de pessoas, tem a maioria feminina (51%) e branca (52%) e é predominantemente adulta, com mais de 25 anos (63%).

Os dados são da Pesquisa de Amostra Domiciliar (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) antes do Censo 2010, e agora recompilados pela SAE para estabelecer o perfil da classe C que, na última década, teve o ingresso de 31 milhões de pessoas e tornou o estrato social mais volumoso. A renda familiar da classe média varia de R$ 1 mil a R$ 4 mil mensais.

O perfil da nova classe média é tema do seminário que o governo promove nesta segunda-feira, em Brasília, para estabelecer novas políticas sociais para o segmento. Segundo os dados, a nova classe média é majoritariamente urbana (89%) e, em sua maioria, está em três regiões brasileiras: Sul (61%), Sudeste (59%) e Centro-Oeste (56%). O percentual da população nesse estrato social é maior em cidades de pequeno porte (45%), com menos de 100 mil habitantes, do que em regiões metropolitanas (32%) e em cidades de médio porte (23%).

Com base nos dados, é possível também acompanhar o envelhecimento da população de classe média. Em 1999, 49% tinha entre 25 e 64 anos, parcela que em 2009 subiu para 53%, e os trabalhadores com 65 anos ou mais eram 8%, tendo crescido para 10%, enquanto as outras faixas etárias sofreram redução nesse intervalo de tempo: de zero a 14 anos (de 22% para 19%) e de 15 a 24 (de 20% para 18%).

Também foi reduzida a disparidade entre negros e brancos na formação da classe média. Em 1999, a classe continha 60% de negros (pretos ou pardos) e 40% de brancos, enquanto a população brasileira total era formada por 55% de brancos e 45% de negros. Dez anos depois, a classe C era 52% branca e 48% negra, ao mesmo tempo em que a população total era 49% branca e 51% negra, de acordo com os dados do governo.

Os dados educacionais revelam que 99% das crianças e adolescentes (7 a 14 anos) da classe média frequentavam a escola. A proporção é a mesma que a da classe alta. A frequência escolar nas faixas etárias mais velhas é, no entanto, comparativamente menor. Na classe alta, 95% dos jovens de 15 a 17 anos e 54% dos adultos de 18 a 24 anos frequentavam escola; enquanto, na classe emergente, os percentuais caíram para 87% e 28%, respectivamente.

Apesar do perfil escolar mais baixo, a SAE afirma que a classe C tem buscado incrementar a formação escolar. Segundo o secretário executivo da SAE, Roger Leal, o total de anos dedicados ao estudo é maior que no passado, e a classe C tende a se beneficiar da melhoria da qualidade no ensino. Para ele, é natural a junção entre um acesso mais amplo à educação e um espaço maior no mercado de trabalho.

Conforme a SAE, seis em cada 10 pessoas da classe C estavam empregadas. A maioria dessas com registro formal (42% com carteira assinada e 11% como funcionário público); 19% sem registro; outros 19% trabalhavam por conta própria; 3% eram empregadores; e 6% não eram remunerados. O perfil de formalização da classe C (53%) estava acima da média nacional (47%), mas, na classe alta, o índice de formalização foi maior, de 59%.

"O fato de a pessoa chegar à classe média, de ter tido um incremento do rendimento, experimentado alguma ascensão social, não significa dizer que houve formalização do emprego", pondera Leal, ao destacar que não há uma relação rigorosa entre a melhoria da qualidade de vida e a legalização do vínculo empregatício. "Isso não quer dizer que o combate à pobreza gere formalização do emprego."

Ainda conforme os dados compilados da Pnad 2009, três quartos da classe C moravam em casa própria, sendo 99% dos domicílios de alvenaria ou madeira emparelhada, com forro ou cobertura de laje, telhado ou madeira emparelhada. Os dados analisados pela SAE serão publicados no site da Secretaria.

Agência Brasil Agência Brasil
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