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Nono dígito vai causar instabilidades em ligações de celulares, diz Anatel

27 jul 2012 - 17h43
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A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou nesta sexta-feira que o aumento dos números de celular, com a inclusão de um nono dígito a partir do próximo domingo em São Paulo, vai gerar uma instabilidade nas ligações para telefone móvel de dois ou três minutos no dia da mudança (29).

"Todo equipamento de telecomunicações é duplicado. Num determinado momento no dia 29, quando for feita a troca de equipamentos nas operadoras, vai haver instabilidade. Esses sistemas contêm todo o registro de usuários. Ela (a instabilidade) é certa. É coisa extremamente rápida, não é nada mais que dois ou três minutos", afirmou o gerente de interconexão da estatal, Adeílson Nascimento, em entrevista coletiva.

De acordo com Nascimento, se o Estado de São Paulo não adotasse a inclusão de um nono dígito, o sistema de telefonia móvel paulista se esgotaria entre o final deste ano e o começo do próximo. Atualmente, o Estado possui apenas mais dois milhões de números disponíveis, já que, com oito dígitos, só é possível criar 44 milhões de números diferentes. Sendo que, deste total, 42 milhões já foram ocupados. "Dois milhões de números é suficiente aqui na região para seis ou sete meses", disse.

Com o número 9 na frente, a Anatel calcula que vai conseguir ampliar a capacidade numérica da telefonia celular, em São Paulo, em aproximadamente mais 45 milhões de novos números - totalizando cerca de 90 milhões de linhas. Com este total, o órgão espera não ter que fazer novas modificações pelo menos até 2025.

"Estudos que nós temos, em função até da entrada do serviço de 4G em 2013, mostram que a expansão será válido até o ano de 2025. É claro que qualquer previsão até lá é passível de erros. Mas, com esse plano de numeração temos robustez. O que é importante de entender é que a ampliação do plano de estruturação vislumbra um longo prazo. Nada antes de 2025", estimou.

A mudança, com o acréscimo do 9 na frente, será gratuita aos usuários. Entretanto, para conseguir implantar os novos números, as operadoras brasileiras estão desembolsando aproximadamente R$ 300 milhões. O valor foi estimado pelas próprias empresas quando o planejamento foi feito em conjunto com a Anatel.

"Quando fizemos a consulta pública, (as operadoras) fizeram um custo estimado de R$ 300 milhões. O custo necessariamente vai estruturar essa mudança. Mas, a maioria desses custos é de natureza operacional, por isso não existe acréscimo ao usuário", garantiu Nascimento.

Em São Paulo, a única operadora que, por enquanto, não vai poder vender chips com a inclusão do novo dígito será a Claro. A empresa está suspensa de vender de novas linhas pela Anatel, por conta de problemas na qualidade dos serviços prestados. Ainda assim, a mudança não afeta os clientes da operadora, que também terão seus números de celular alterados.

Entenda

A partir de 29 de julho, os celulares de 64 municípios do Estado de São Paulo, todos com o DDD 11, terão o dígito 9 na frente do número atual. Assim, os números passarão a contar com o formato 9XXXX-XXXX, com nove dígitos ao invés de oito, como em outros pontos do País. Por isso, quem ligar de outros Estados para celulares da área 11 também deverá marcar os nove dígitos para que a chamada seja completada.

No entanto, a mudança terá um período de adaptação. Até o dia 7 de agosto a ligação será encaminhada automaticamente mesmo se o usuário esquecer-se de colocar o número. A partir desta data até o dia 16 de outubro, as operadoras irão interceptar a ligação com uma mensagem de aviso. E, só após essa data, que nenhuma ligação será completada sem o dígito 9 nos números de prefixo 11.

A mudança não atinge os telefones fixos, que continuarão com 8 dígitos. A Nextel, que não é considerada operadora de celular, também não será afetada, já que opera um serviço móvel especializado por meio de rádio.

Fonte: Terra
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