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Ministro defende combater inflação sem repressão ao consumo

8 ago 2011 - 14h33
(atualizado às 14h37)
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Luciana Cobucci
Direto de Brasília

O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Moreira Franco, defendeu nesta segunda-feira a adoção de novas maneiras de combater a inflação, em vez de reprimir o consumo das famílias. Moreira Franco participou de um seminário em Brasília que discutiu políticas públicas para a nova classe média brasileira, que já representa 53% da população, um universo de 104 milhões de pessoas.

"Durante décadas, a questão da inflação é o consumo: se aumenta o consumo, aumenta a inflação. Está na hora de se repensar isso. Por que não aumentar a produtividade, a qualificação, a educação? É preciso começar a pensar a questão da inflação na ótica da produtividade, da inovação, da qualificação. Certamente é um caminho mais eficaz do que as tentativas que poderão surgir da manutenção desse modelito que já se esgotou", disse.

Para o sócio-diretor do instituto de pesquisas Data Popular, Renato Meirelles, a tentativa de reprimir o consumo aumentando as taxas de juros é infrutífera, uma vez que a nova classe média tem demandas reprimidas por bens de consumo. Para Meirelles, essas pessoas vão continuar consumindo e pagando em parcelas de modo que elas caibam no bolso, não importando os juros contidos.

"Não dá pra falar para uma parcela do consumidor que, pela primeira vez, teve condições de comprar um DVD, uma moto, que ele não pode gastar. Toda vez que o processo de planejamento orçamentário, que é fundamental para o desenvolvimento do País, for concorrente do consumo, o planejamento vai perder. A questão é ensinar o brasileiro a usar o crédito a favor do seu processo de melhora de vida", afirmou.

O pesquisador lembrou ainda que foi o consumo interno das famílias que deixou o Brasil menos vulnerável à crise financeira internacional, em 2008. "É importante lembrar disso quando se coloca o consumo apenas como um problema", alertou.

Fonte: Terra
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