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Mantega desautoriza brasileiro no FMI que negou empréstimo à Grécia

ECONOMIA - Indicadores

1 ago 2013 - 13h39
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ligou nesta quinta-feira para diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, para desautorizar o representante brasileiro na entidade, Paulo Nogueira Batista, e afirmar que o Brasil apoia o plano de ajuda à Grécia, informou a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda.

Na conversa, Mantega disse a Lagarde que Batista deu o voto sem autorização do governo brasileiro e que mandou chamar o representante imediatamente para pedir explicações. Segundo a assessoria do ministério, o FMI ainda não sabe se pode reverter o voto.

A conversa entre o ministro e a diretora-gerente do FMI evidencia o mal estar causado pelo posicionamento de Batista à revelia do governo brasileiro. Na quarta-feira, ele manifestou seu posicionamento contrário da ajuda financeira do FMI à economia grega. Batista criticou a decisão de segunda-feira de o Fundo liberar US$ 1,7 bilhão (R$ 3,876 bilhões) para o país e citou haver riscos de não pagamento.

"Ele (Batista) não precisa me consultar em todas as votações, ele tem que me consultar quando alguma votação é polêmica. A gente se encontra várias vezes por ano, portanto digamos que neste caso faltou comunicação e ele achou que este seria o posicionamento correto. Não foi e já declarei para a diretora Lagarde que somos favoráveis. O voto dele não teve impacto, a liberação foi feita apesar do voto dele", disse.

A abstenção do Brasil feita por Batista em relação à decisão do Fundo em manter o apoio à Grécia foi manifestada em um comunicado público incomum, no qual foi destacada a frustração das economias emergentes com a política do FMI de resgatar países europeus endividados.

Após a repercussão negativa do comunicado, Batista divulgou, ainda na quarta-feira, uma nota para esclarecer que suas avaliações sobre a decisão do Fundo em relação à Grécia representam uma visão pessoal e não refletem o posicionamento dos 11 países que representa na diretoria executiva que ocupa no FMI.

A sustentabilidade da dívida grega ainda depende de uma promessa dos demais países da zona do euro de oferecer um maior alívio creditício a Atenas. Essa condição está atrelada a dolorosos cortes orçamentários e a reformas que contribuem para manter a economia do país em recessão.

Fonte: Reuters News
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