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Maersk: comércio marítimo no 3º trimestre sugere economia fraca

ZONAS - América Latina - Brasil

13 nov 2012 - 16h26
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O comércio marítimo brasileiro caiu 0,4% no terceiro trimestre em comparação com um ano antes, com queda tanto nas importações quanto nas exportações, mostrando fraqueza nos mercados doméstico e internacional, disse nesta terça-feira a companhia de navegação Maersk Line. Foi o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2011, pelo menos, período mais antigo para o qual a Maersk tem resultados para o total de volumes negociados por via marítima no Brasil, de acordo com o primeiro Relatório de Comércio Internacional da companhia. A Maersk Line é uma unidade da AP Moller Maersk, grupo de transporte e de petróleo.

Como o transporte de cargas está intimamente relacionado com o crescimento econômico, o resultado é um sinal de que a economia do Brasil pode não estar acelerando tanto quanto o governo espera, disse Peter Gyde, chefe da Maersk Line no Brasil.

O governo diz que o produto interno bruto do Brasil poderá crescer cerca de 4% no próximo ano. Mas o Produto Interno Bruto (PIB) subiu apenas 0,49% no segundo trimestre e a produção industrial caiu 3,8% em setembro. "A tendência para um período tem sido negativa", disse à Reuters Gyde na segunda-feira. "O governo está falando de uma recuperação, mas a minha principal preocupação é que tendências estão apontando em outra direção".

E enquanto o comércio marítimo brasileiro em outubro mostrou alguma melhora em relação ao terceiro trimestre, novembro e dezembro devem ser mais fracos, disse ele. Os dados do relatório foram compilados para a Maersk pela DataLiner, empresa de consultoria de comércio internacional do Rio de Janeiro. Os números representam o comércio total com o Brasil e não apenas o tráfego marítimo da Maersk, disse a companhia em um comunicado.As exportações de produtos refrigerados para a Ásia caíram 7,9% no terceiro trimestre ante o ano anterior, enquanto as exportações de bens"secos" cresceram 1,5 por cento. No segundo trimestre, as exportações subiram 31% em comparação com um ano antes. As importações brasileiras da Ásia caíram 0,6% no terceiro trimestre.

"O Brasil ainda tem de colher os benefícios de gastos maiores do consumidor na maior economia da Ásia", disse Gyde. "A Ásia tem sido a locomotiva do crescimento e seu abrandamento gera um pouco de preocupação."

Parte do declínio do comércio para a Ásia está sendo compensado com um novo comércio com o Oriente Médio, acrescentou. As exportações para a Europa de produtos secos caíram 16 por cento, enquanto as exportações de alimentos refrigerados subiram 20 por cento no terceiro trimestre.

A grande melhoria veio dos Estados Unidos, que viu o primeiro sinal de crescimento no terceiro trimestre desde o início de 2011. As exportações brasileiras de "secos" para os Estados Unidos e Golfo do México aumentaram 7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, depois de cair 0,8% no segundo trimestre.

Fonte: Reuters News
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