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Lula critica adoção de medidas protecionistas contra a crise

11 fev 2009 - 16h45
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Laryssa Borges

Direto de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou nesta quarta-feira a possibilidade de adoção de medidas protecionistas como forma de revitalizar economias duramente atingidas pela crise financeira mundial.

De acordo com Lula, que recebeu nesta tarde o presidente da Namíbia, Hifikepunye Pohamba, os países não podem atuar sozinhos para enfrentar as turbulências econômicas, e a adoção pelos países desenvolvidos de medidas voltadas unicamente à proteção de suas economias ampliaria ainda mais os efeitos da crise.

"Não podemos atuar sozinhos contra os efeitos de uma turbulência que golpeia, sobretudo, as mais fortes economias do planeta. O comércio é certamente parte da solução, afimrou o presidente.

O protecionismo, em contrapartida, só servirá para agravar a crise econômica", opinou, lembrando que uma das alternativas é o fim dos subsídios agrícolas impostos pelas nações desenvolvidas.

"Um acordo na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) enviará uma poderosa mensagem para os mercados e dará novo fôlego à economia global. No momento em que os países em desenvolvimento são as principais vítimas de uma crise financeira que não criaram, temos a oportunidade e o desafio de buscar ações genuinamente coletivas e solidárias", disse Lula.

Na avaliação do governante brasileiro, além de reformar as atuais regras do comércio internacional, é preciso que se busquem mecanismos de governança "mais democráticos". "Os processos decisórios não podem continuar concentrados nas mãos de poucos, ignorando-se as aspirações dos países em desenvolvimento e das grandes economias emergentes", afirmou, reiterando a importância de se reformular a estrutura do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Gafe

Em novembro de 2003, ao visitar a Namíbia, o presidente cometeu uma gafe, afirmando estar surpreso porque que o país era tão limpo e bonito que não parecia estar situado na África. Na tarde desta quarta-feira, ao receber o governante namibiano, a única referência de Lula àquela visita foi a incorporação de uma embarcação brasileira à Marinha do país.

"Meu governo elegeu a África como prioridade. Visitei 20 países em nove viagens ao continente. Sua visita, amigo Pohamba, confirma a vitalidade do diálogo entre Namíbia e Brasil e nossa determinação em transformar, cada vez mais, o Oceano Atlântico em nossa fronteira, uma ponte entre nossos povos", disse.

"Lembramos com carinho sua excelente visita à Namíbia em 2003 e a visita recíproca ao Brasil em 2004", comentou o presidente Pohamba, sem fazer referência à declaração de Lula na ocasião.

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Fonte: Invertia Invertia
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