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Joaquim Levy planeja saída discreta e dólar sobe a R$ 3,95

16 dez 2015 - 11h19
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Foto: Marcos Santos/USP Imagens / O Financista

O mercado não recebeu bem a frustração do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com a nova meta fiscal para 2016 e o dólar opera em alta.

“O mercado, que já não estava bom, fica pior ainda. Segundo alguns jornais, ele já entregou o cargo”, afirma José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora.

Os rumores de saída de Levy ganharam força após a meta de superávit primário ser alterada de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) para 0,5%, com brecha para que a meta seja zerada por meio de abatimentos de gastos do governo.

Pelo rumo da economia até aqui, a proposta parece a mais realista, mas não agradou nada Levy, que tentou até o último minuto convencer a CMO (Comissão Mista de Orçamento) em manter a meta fiscal proposta anteriormente.

O receio de Levy é que a mudança na meta puxe um novo rebaixamento da nota soberana do país, como já aconteceu com a S&P (Standard & Poor’s) – que colocou o Brasil em grau especulativo após sucessivas mudanças na meta de 2015.

O ministro não quer que mais essa perda seja colocada em sua conta e já vinha avisando que deixaria o governo caso a meta fosse reduzida. Com a decisão de terça-feira (15), os jornais desta manhã trazem a informação de que Levy já acertou sua saída com a presidente há alguns dias. A ideia é deixar a Fazenda de um modo sutil e Levy teria prometido ser “discreto e elegante”.

A notícia, ainda que já rondasse as mesas de negociação do câmbio, veio em uma hora ruim. Carreira explica que os últimos atritos entre o governo e o PMDB minam as chances de que Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, assuma a pasta.

“O Meirelles é alinhado ao PMDB, dificilmente ele assume a Fazenda agora e o mercado não tem consenso sobre um outro nome, que fale a mesma linguagem dos bancos”, explica o gerente de câmbio.

Neste cenário, às 9h36, o dólar à vista tinha alta de 1,02%, cotado a R$ 3,9534, após ter alcançado a máxima de R$ 3,9567.

O mercado aguarda também, após o fim do pregão, a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano). Segundo a Bloomberg News, 102 dos 105 analistas consultados projetam aumento de juros – o primeiro desde 2008.

“As atenções estarão voltadas para a entrevista de Janet Yellen, que sinalizará quais serão os próximos passos da política monetária. A elevação de hoje já está boa parte precificada”, afirma a LCA Consultores.

A nova taxa de juros será anunciada às 17h e a presidente do Fed, Janet Yellen, concede entrevista coletiva às 17h30, onde os agentes de mercado buscarão pistas do ritmo de aperto monetário que deve ser seguido em 2016.

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