Juros: DIs caem por exterior e espera por novos cortes na Selic
<br/><br />As taxas embutidas nos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) recuaram nesta quarta-feira, com o mercado olhando para o exterior e reforçando expectativas de que a taxa básica de juros (Selic) continuará sendo reduzida nos próximos meses. Às 16h15, o DI para janeiro de 2012 apontava 11,18% ao ano, ante 11,20% no ajuste anterior. O contrato para janeiro de 2013 indicava 10,41%o, frente a 10,43% no último ajuste.<br /><br /><br />Para o estrategista-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno, o movimento dos DIs reflete a contínua preocupação dos mercados com o cenário internacional e em que medida a piora nas perspectivas globais levaria o Banco Central (BC) a cortar mais o juro básico. "Tem um quadro de preocupação lá fora que não cessa. A indefinição na Europa ainda está muito grande", afirmou, acrescentando que a queda das commodities também favoreceu a perda de prêmio nos DIs nesta quarta-feira.<br /><br /><br />O comportamento das matérias-primas é visto como um termômetro das perspectivas econômicas. Nesta tarde, o índice CRB de commodities caía cerca de 2,5%, ao mesmo tempo em que as bolsas de valores no Brasil e em Nova York operavam no vermelho.<br /><br /><br />Investidores seguiram receosos com a crise de dívida na Zona do Euro, centrada na Grécia. Um grupo de inspetores internacionais deve começar na quinta-feira a avaliar as medidas de austeridade adotadas pelo país e então decidirem se liberam a próxima parcela de ajuda, a fim de evitar que Atenas dê um calote e provoque uma onda de aversão a risco no mundo.<br /><br /><br />Nesse contexto, os agentes seguem atentos às indicações de autoridades do governo sobre os próximos passos da política monetária. Recentes declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, reforçaram expectativas de que o juro básico sofrerá novo corte, talvez mais forte que 0,5 ponto percentual, como ainda prevê boa parte dos economistas.<br /><br /><br />Segundo Rostagno, a curva futura embutia nesta sessão 80% de chance de um corte de 0,75 ponto percentual na reunião dos dias 18 e 19 de outubro do Comitê de Política Monetária (Copom).<br /><br /><br />A equipe de economistas da Capital Economics, contudo, ainda aposta que a Selic - hoje em 12% ao ano - será reduzida em 0,5 ponto. "Esperamos mais um corte de 0,5 ponto em novembro e de mais 1 ponto até meados de 2012", escreveu a equipe em relatório.<br />
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