Juros DI sobem com otimismo externo mesmo com cautela do BC
<br/><br />As taxas de DI subiram de forma generalizada nesta quinta-feira, com investidores repercutindo o cenário externo mais otimista face ao quadro menos positivo traçado pelo Banco Central (BC) na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pela manhã. Às 16h21, o DI para janeiro de 2013 indicava 10,390%, contra 10,330% no último ajuste. O contrato para 2012 apontava 11,131%, ante 11,116% no ajuste da véspera. Janeiro de 2014 mostrava 10,710%, frente a 10,530% no ajuste de quarta-feira.<br /><br />"Se você olhar o cenário externo hoje, você vai ver que ele não condiz com que o BC avaliou na ata. É por isso que a curva está ajustando (para cima), porque o cenário traçado pelo BC parece mais arriscado de se concretizar", afirmou o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi.<br /><br />Segundo o profissional, a curva de juros precificava nesta sessão duas quedas de 0,5 ponto percentual na Selic nas reuniões do Copom de novembro e na primeira de 2012 e de 0,2 ponto em março. Petrassi explicou que, até a véspera, o mercado previa "praticamente" três cortes de 0,5 ponto percentual cada da Selic nos próximos meses.<br /><br />Na ata - que detalhou os motivos pelos quais o Copom cortou a Selic na semana passada em 0,5 ponto percentual, para 11,5% ao ano -, o BC avaliou que o ambiente internacional se agravou desde o final de agosto, reforçando dessa forma o impacto desinflacionário da turbulência externa sobre os preços locais. <br /><br />"Ainda há muitas dúvidas sobre se esse cenário do BC vai se concretizar. O pacote da Europa não vai salvar o mundo, mas pode impedir uma piora mais consistente, que é o que o BC está imaginando que vai ocorrer", afirmou o analista de mercado da corretora Cruzeiro do Sul, Jason Vieira.<br /><br />Para a equipe de analistas do Barclays Capital, o BC deve cortar a Selic em novembro em 0,5 ponto percentual e manter a taxa em 11% em todo o ano de 2012, com o mercado podendo reavaliar as estratégias da autoridade monetária.<br /><br />"Nossa aposta também é de que as taxas de juros caminhem para baixo e acreditamos que os mercados continuarão focados tanto em relatórios da economia doméstica quanto da atividade global para reavaliar decisões futuras do BC", escreveram em relatório.<br /><br />Nesta quinta-feira, os mercados financeiros globais mostravam grande otimismo, depois que líderes europeus chegaram a um acordo para tentar conter a crise de dívida na Europa, que há mais de dois anos tem afetado o bloco e prejudicado perspectivas para a economia mundial.
